Dia de Finados: número de homens sepultados é três vezes maior que o de mulheres

Todo o registro ainda acontece de forma manual, o que atrapalha a consulta e torna os livros sujeitos a furtos e danificações.

De acordo com o livro de registros do cemitério São Francisco, no mês de Janeiro foram sepultados 59 homens e apenas 14 mulheres. Coincidência ou não, os administradores do cemitério afirmam que os meses de dezembro, janeiro e fevereiro são os meses em que a demanda de enterros é maior. 

Além disso, os atestados de óbitos apontam os acidentes no trânsito e doença oncológicas como as principais causa mortis. A catalogação revela que o número de homens sepultados é três vezes superior ao de mulheres.

Para Wanilda Santos, uma das administradoras do cemitério, os registros apontam que os homens são menos zelosos com a vida do que as mulheres. “Homens estão mais propensos a excessos, embriaguês, fumo... Tudo isso são causas bem freqüentes para os falecimentos que temos anotados aqui”, disse ela.

Heitor Conceição Silva, que também lida com a parte administrativa disse que falta de um sistema informatizado atrapalha a consulta dos mortos. “Todo o nosso registro é feito nos livros, se eles forem danificados ou sumirem, perdemos todo o controle das pessoas enterradas aqui”, salientou.

Sobretudo, a falta de iluminação dos túmulos e a fragilidade dos muros tornam a área insegura e imprópria para visitas após as cinco da tarde. “Precisaríamos que os muros fossem refeitos, existem falhas de paredes por toda a extensão”, ratificou Heitor.

A dona de casa Selma da Costa, há dois anos tem o corpo do filho enterrado no cemitério São Francisco. Ela conta que teve dificuldade para localizar o túmulo do rapaz por falta de luminárias no entorno.

Situado às margens da BR-156, o cemitério São Francisco é o mais recente da capital. Criado no dia 31 de dezembro de 1997, pelo ex-prefeito Annibal Barcellos, foi preparado para atender cerca de 7 mil sepultamentos, mas já possui cerca de 13 mil pessoas enterradas. O primeiro sepultado foi Oenilson Virgílio Lima Tavares.

De janeiro a outubro deste ano, os coveiros e trabalhadores do cemitério fizeram o enterro de 648 adultos e 1.770 crianças, e aproximadamente 160 covas com fetos e restos mortais.

Localizando os falecidos

A experiência de mais de 15 anos no cemitério credenciou Wanilda a lidar com situações no mínimo embaraçosas. “As pessoas chegam aqui procurando por parentes que só conheceram por apelido”, expôs. Para este feriado, ela orienta aos familiares levem anotados o nome completo e a data de falecimento para facilitar a procura por parentes sepultados.(Stefanny Marques/aGazeta)
 
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