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quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Banco de Desenvolvimento da América Latina se prepara para crise econômica prolongada

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Em 1989, o ministro do Planejamento da Bolívia enfrentava uma crise econômica em seu país e, em particular, as difíceis condições e os curtos prazos de pagamento de sua dívida externa. O presidente do Brasil, de então, foi um dos primeiros a se solidarizar com o plano de reestruturação da dívida boliviana.

Hoje pela manhã, no Senado Federal, os dois protagonistas daquela época voltaram a se encontrar: José Sarney, como presidente da Casa, e Enrique García, presidente executivo do Banco de Desenvolvimento na America Latina (CAF). Dois bons amigos, conversaram sobre os caminhos que cada um trilhou e sobre a conjuntura econômica, formas de enfrentamento à crise da Europa e o novo patamar geopolítico dos países da América do Sul.

Garcia historiou os 40 anos do CAF, lembrando que a entrada do Brasil como membro-sócio da instituição, na década de 90, alavancou o crescimento do banco. Segundo o dirigente do CAF, com o governo do ex-presidente Lula essa relação chegou ao seu ápice. O Brasil tornou-se sócio pleno, com as mesmas características e qualidades dos países fundadores. "A partir daí o CAF realmente ampliou sua carteira. Hoje emprestamos em torno de 11 bilhões de dólares – contra 400 milhões - por ano para obras de infraestrutura em países da América Latina", relatou Garcia.


O contexto internacional de crise na Europa-"sem previsão de solução de curto prazo"- preocupa o presidente do Banco de Desenvolvimento da América Latina. Ele relata que o CAF trabalha com um cenário que exigirá incremento de recursos. "Com a perspectiva de uma crise prolongada, inevitavelmente teremos (sulamericanos) algum tipo de impacto que precisará ser enfrentado", analisou e completou: "Para que o banco esteja apto a enfrentar essa conjuntura será necessário contar com um aporte maior de recursos".

Com esse diagnóstico, Garcia revelou que vai pedir a presidente Dilma Rousseff um aporte maior do Brasil nos fundos do CAF.

Houve plena concordância entre Sarney e Garcia na avaliação de que "o Brasil hoje está numa posição mais cômoda, em patamar que lhe permite ajudar, assumindo posição proeminente nesses mecanismos de financiamento".


Moira Paz-Estenssoro, diretora-representante no Brasil do Banco de Desenvolvimento da América Latina, acompanhou Enrique Garcia na visita ao presidente do Senado Federal.

www.amapadigital.net

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