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sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Combate ao bullying é destaque em audiência pública realizada em Mazagão

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Deputada Marília Góes, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa e da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente, alertou que a vítima de bullying pode se tornar no futuro um agressor.

Emerson Renon

A presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa e da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente, deputada Marília Góes (PDT), alertou que a vítima de bullying pode se tornar no futuro um agressor. Segundo a parlamentar, essa mudança de papel está associada à falta de acompanhamento psicossocial das vítimas, que muitas não conseguem se livrar do trauma psicológico sofrido nesse tipo de crime. 

“A agressão física pode até ser curada com o tempo, mas a psicológica não. É preciso ter um acompanhamento e mostrar à pessoa vítima dessa prática o seu real valor. O bullying, caso não seja combatido, pode, sim, acabar com a vida de pessoas emocionalmente e psicologicamente”, destacou a deputada.

A declaração ganhou forças entre as mais de 250 pessoas que participaram da audiência pública, realizada na manhã de ontem (10) no plenário da Câmara de Vereadores, em Mazagão. Além da sociedade civil organizada, estiveram presentes no evento o prefeito da cidade, José Carlos de Carvalho, o Marmitão, o juiz Saloé Ferreira, o presidente da Câmara de Vereadores da cidade, Antônio Sérgio, e a secretária de Assistência Social de Mazagão, Dalva Miranda, o secretário de Educação de Mazagão, José Antônio, além de conselheiros tutelares, professores e alunos da rede de educação municipal.

Foram três horas de debates. Os palestrantes apresentaram aos participantes o que é o bullying, como ele acontece, as diferentes formas que essa violência considerada silenciosa pode ocorrer, além de apresentação de vídeos com mensagens de alunos da rede pública de ensino, convocando a todos para o enfrentamento a esse crime.
A cada apresentação, o público interagia. A moradora Bethânia Silva disse que até os 15 anos de idade foi vítima de bullying. Ela nasceu com um problema nos pés. Para corrigi-lo, era preciso usar uma bota especial. Os companheiros a chamavam de “bota de ferro”. “Isso me machucou muito e confesso que até hoje ainda sinto um pouco de receio, justamente pela forma como eu era tratada na escola”, revelou.

Para o secretário de Educação de Mazagão, José Antônio, o combate ao bullying é um dos maiores desafios que a educação pode ter. “A mudança de comportamento começa pela educação. Assim como aprendemos a conviver com o preconceito, precisamos também aprender a conviver com o bullying, mas para isso professores e alunos devem ser multiplicadores de informações”, disse.

O presidente da Câmara de Vereadores do município disse que o problema não se restringe ao Amapá, mas afirma que o estado precisa combater esse mal para que outros jovens e crianças não sejam vítimas.

O prefeito de Mazagão prometeu à presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, deputada Marília Góes, que o município vai traçar planos de ação para combater o bullying. “Já estamos montando uma frente, coordenada pela Secretaria de Educação do município, para discutir e combater esse mal em todas as escolas da nossa cidade. Esta violência precisa ser extirpada do nosso meio, mas isso só acontecerá se todos fizerem a sua parte e nós vamos fazer a nossa”, garantiu Marmitão.

Mazagão foi a terceira cidade a receber a comitiva da Comissão dos Direitos Humanos. As próximas audiências estão marcadas para os dias 24 e 26 de novembro, em Laranjal, Vitória do Jari e Oiapoque, respectivamente. Até o fim de janeiro, todos os municípios devem ser ouvidos pela comissão. Após passar pelos 16 municípios amapaenses, Marília Góes pretende realizar um grande encontro para elaborar em conjunto com todos os líderes das cidades ouvidas, um projeto de lei de enfretamento ao bullying.
 
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