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terça-feira, 8 de novembro de 2011

Falta de medicamentos para doenças oportunistas estaria causando mortes de soropositivos

O Serviço de Atendimento Especializado – Centro de Testagem e Aconselhamento (SAE/CTA), órgão vinculado à Secretaria Estadual de Saúde, confirmou a falta de remédios, mas diz que as providências para o reabastecimento dos antibióticos já estão sendo tomadas.
A carência de remédios na rede estadual de Saúde já teria provocado 44 óbitos de pacientes em 2011. Os números são contestados pelo Estado. A denúncia é da presidente da Associação de Amigas e Mulheres Amapaenses Positivas do Amapá (Amaph), Márcia Pinheiro. Em entrevista, ela comentou que quem mais sofre são aqueles que já manifestaram a doença no organismo. Esses pacientes são mais vulneráveis às chamadas doenças oportunistas. Enfermidades como gripe, resfriado e pneumonia se tornam vilãs para quem tem o HIV, pois elas evoluem com mais rapidez no sistema imunológico enfraquecido.
O Serviço de Atendimento Especializado – Centro de Testagem e Aconselhamento (SAE/CTA), órgão vinculado à Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), confirmou a falta de remédios para doenças oportunistas, mas diz que as providências para o reabastecimento dos antibióticos já estão sendo tomadas junto à Coordenadoria de Assistência Farmacêutica (CAF). Outra denúncia da Amaph é com relação à ausência de médicos especialistas. Segundo a associação, não há infectologista para atender aos portadores de AIDS.

Óbitos
De acordo com Márcia Pinheiro, as 44 mortes foram registradas no Centro de Doenças Transmissíveis (CDT) do Hospital das Clínicas Alberto Lima. Mas os dados são rebatidos pelo SAE/CTA. O enfermeiro Reinaldo Portilho contabiliza 69 óbitos, de 2008 a 2011, de portadores que desenvolveram AIDS no organismo. Portilho não confirmou o número exato de óbitos ocorridos este ano. Ele disse apenas que a média por ano varia de 5 a 8 mortes.
Atualmente, existem no Estado do Amapá, 1.160 pacientes com HIV/AIDS. Desse total, 366 são portadores do vírus HIV (194 homens e 172 mulheres), e 794 pessoas desenvolveram a doença no organismo (471 homens e 323 mulheres). Teoricamente são esses 794 pacientes que precisam de medicamento para doenças oportunistas. Mas de acordo com o SAE/CTA, esse número cai para cerca de 500 porque nem todos os pacientes voltam para buscar a medicação. (Maiara Pires)

A Gazeta

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