Nem, 35 anos, que vivia como um rei na maior favela do Rio, comandava 200 pessoas em uma poderosa rede de narcotráfico e chegou a simular sua morte para escapar da polícia, foi preso e levado nesta quinta-feira à prisão de segurança máxima Bangu.
Antônio Francisco Bonfim Lopes, apelidado de "Nem", dirigiu durante 10 anos o tráfico na Rocinha, a favela mais populosa do Brasil e uma das maiores da América Latina, com mais de 120.000 habitantes.
Em sua casa com salão de festas, academia e terraço com vista para o mar, Nem ganhava cerca de 3 milhões de reais por mês pela venda de maconha, cocaína e crack - o qual refinava em laboratórios clandestinos na favela - e ecstasy, a única droga que consumia, segundo afirmaram policiais não identificados à imprensa local.
Ex-funcionário modelo de uma empresa de telecomunicações, entrou no crime organizado casualmente, depois de ter pedido dinheiro emprestado a um ex-chefe do narcotráfico da Rocinha para pagar os gastos hospitalares de um de seus filhos, disse à AFP William de Oliveira, presidente do Movimento Popular de Favelas e morador da Rocinha por toda a vida.
Para pagar suas dívidas, começou a traficar e logo se tornou chefe da facção "Amigo dos Amigos" (ADA), que controla a Rocinha, informou Oliveira.
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