A reação dos advogados do médico Agnello da Rocha Neto, 43 anos – acusado de mutilar pacientes no Amapá –, deve adiar a chegada dele à Macapá. Preso na tarde da última terça-feira (7), no município de Castanhal, no Pará, o falso cirurgião
plástico vai aguardar na carceragem da Divisão de Repressão ao Crime Organizado (DRCO), na capital paraense, Belém, até que a Justiça do Amapá analise o pedido de revogação de prisão preventiva impetrado pela defesa na manhã de ontem (8). O recurso será apreciado pela 4ª Vara Civil, mesmo juízo que determinou a captura do médico.
A reportagem de A Gazeta conversou com o delegado Francisco Roberto Martins, da Polícia Civil amapaense e que participou da prisão de Agnello, juntamente com a polícia do Pará. Ele está em Belém aguardando a autorização judicial para recambiar o médico ao Amapá. Porém, com a movimentação da defesa, a transferência do falso cirurgião deve demorar mais que o previsto. Segundo informações obtidas na secretaria da 4ª Vara Criminal de Macapá, a partir do pedido de revogação da prisão, o Ministério Público Estadual tem 48 horas para se manifestar. Depois, o parecer é remetido ao juízo, que tem outros dois dias para decidir. Ou seja, se não for solto, dificilmente Agnello será recambiado essa semana.
A prisão
O médico, que atuava mais de cinco anos como cirurgião plástico, mesmo não tendo a especialização necessária, teve o mandado de prisão decretado em Macapá. Ele estava foragido do Amapá desde 2009, quando sugiram contra ele várias denúncias de negligência por pacientes de sua clínica. Agnelo se mudou há cerca de um ano da capital amapaense e não comunicou à Justiça. Desde então, Rocha Neto passou a exercer a medicina em clínicas e hospitais no interior paraense, segundo o apurado pelas investigações.
No último dia 9 de maio, o juiz João Matos Junior, da Comarca de Macapá, decretou a prisão do médico. O delegado Francisco Roberto Martins, que vinha coordenando as investigações sobre o paradeiro de Agnello, descobriu que o foragido estava trabalhando no município de Paragominas. Ele seguiu o rastro de Rocha Neto e o localizou em Castanhal, onde o falso cirurgião começaria a trabalhar no Pronto-Socorro Municipal. Foi lá que o delegado amapaense, com o apoio da polícia local, deu voz de prisão ao médico.
Habeas corpus
A Gazeta também entrou em contato com um dos defensores de Agnello em Macapá. O advogado Cícero Bordalo Neto classificou a prisão de seu cliente como “um equívoco” do juiz Matos Júnior. “É uma prisão arbitraria, o doutor Agnello não estava foragido, tem uma bancada de advogados o representando em Macapá”, afirmou. Bordalo também revelou que o processo – por lesão corporal grave – que resultou na prisão de Rocha Neto foi aberto em janeiro deste ano. O advogado também já prepara um habeas corpus para ser impetrado no Tribunal de Justiça do Amapá, caso o pedido de revogação de prisão preventiva não surta efeito.
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