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quinta-feira, 1 de setembro de 2011

“Setembro Negro”: saúde continua em estado de observação e governo recebe nova proposta hoje

ImagemO governo tentou, mas os médicos não jogaram a toalha. Após cinco horas de discussão, assembleia decidiu que negociação continuará.


“A contra-proposta enviada pelo governo não foi o que nós esperávamos, mas extraímos da assembleia uma segunda proposta para que o executivo analise”. Com estas palavras, o presidente do Sindicato de Médicos do Amapá (Sinmed), Fernando Nascimento, sintetizou o resultado de mais uma reunião, ocorrida no auditório do Conselho Regional de Medicina (CRM), na noite de ontem (31), na qual foram colocados em negociação os plantões médicos e o piso salarial da categoria.
 
Apresentada a primeira proposta na segunda (29), os médicos esperaram por todo o dia de ontem por uma contra-proposta que seria enviada pelo governo estadual. A intenção era colocar uma “corda no pescoço” dos especialistas e forçá-los a acatar a decisão. Caso eles não concordassem com a propositura, o governo lançaria um comunicado nacional a partir de hoje solicitando a contratação de médicos em no máximo 48 horas, tendo como remuneração salarial o teto de até R$ 15 mil.
 
A assembleia discordou em vários itens do plano apresentado pelo governo e os médicos reforçavam a todo momento que não era possível fechar acordo. A diretoria do Sindicato ponderava, e chamava a atenção para a possibilidade de eles não aceitarem a proposta colocada e continuarem negociando. A tentativa de prolongar a discussão e ganhar tempo agradou os especialistas.
 
A primeira decisão aprovada foi reintegrar os 15 profissionais que pediram demissão dos plantões (13 ortopedistas, 1 oncologista e 1 ginecologista) a partir de hoje. No início da semana 177 profissionais (do contrato administrativo e do quadro efetivo) concordaram em não receber as escalas de plantão do mês de setembro e ainda incitar o pagamento das perdas salariais até que o governo sentasse para negociar.
 
Os médicos fizeram uma remodelação da proposta. O governo ofereceu R$ 1 mil pela remuneração dos plantões de 12 horas. A sugestão da categoria é que o valor seja fixado em R$ 1.200. As escalas de sobreaviso (em que o médico pode ser solicitado a qualquer hora do dia durante o plantão) sairiam de R$ 500 para R$ 700 na proposta dos médicos. E a gratificação por produtividade, sugerida pelo governo em R$ 1 mil foi encaminhada no relatório final da categoria com novo nome e valor: gratificação médica avaliada em também R$ 1.200.
 
O presidente do Sindicato, Fernando Rodrigues considerou que as discussões sobre o plano de cargos e salários, progressão funcional e a incorporação da data base seriam debatidas em outro momento, pois passariam por estudos mais detalhados. Durante a reunião, alguns médicos sugeriram que este levantamento também fosse encaminhado em forma de projeto de lei para o legislativo estadual. A intenção será produzir um plano de carreira específico para a área médica.
 
Por vários momentos da reunião, especialistas ligados ao grupo político do governador informavam ao Palácio do Setentrião sobre os desdobramentos da assembleia. Secretários de Estado também aguardavam pela deliberação dos médicos na noite de ontem. 
 
Os médicos pediam ainda esclarecimentos sobre a proposta inicial encaminhada que abriu várias lacunas. Como a que citava a realização de concurso público e não era discriminado o período de implemento. Prontamente, um dos médicos veio com a resposta para este impasse, e assegurou que o concurso poderia acontecer ainda este ano.
 
Hoje, os médicos aguardarão um posicionamento do governo do Estado sobre o parecer da assembleia de ontem. E decidirão se voltam a reunir-se ainda hoje ou se paralisam as atividades na rede pública de saúde nos próximos dias. (Stefanny Marques/aGazeta)

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