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Solucionado: misterioso assassinato no bairro Universidade é desvendado
Chegou ao fim uma
das investigações mais difíceis para os agentes da Delegacia Especializada em Crimes Contra a Pessoa (Decipe). Em pouco mais de um mês, os investigadores conseguiram desvendar o mistério que rondava a morte de Elias Nunes de Souza – assassinado aos 30 anos de idade, no dia 5 de agosto.
De acordo com informações da delegada Valcilene Mendes, que preside o inquérito policial sobre o caso, a principal dificuldade foi a falta de testemunhas. “A princípio, nós trabalhamos com a linha de investigação de um homicídio comum. Porém, não havia aparecido ninguém que pudesse nos relatar o que havia acontecido naquela madrugada. Mesmo sendo encontrado o corpo dele [Elias] num local urbano, os moradores falaram que não haviam visto nada”, disse ela.
A polícia descobriu que Elias foi vítima de um latrocínio (roubo seguido de morte). Duas pessoas foram indiciadas pelo crime. João Ferreira dos Santos Neto, de 23 anos, e Edivandro Almeida Dutra, de 18, foram denunciados por testemunhas oculares, que tiveram a identidade preservada por motivo de segurança. Entretanto, a dupla, que ainda não possuía antecedentes criminais, negou a autoria.
Segundo Valcilene, em depoimento, as pessoas que afirmaram ter presenciado o fato, disseram que a vítima foi abordada pelos acusados e outros amigos num local conhecido como Gruta do Zerão – na Zona Sul de Macapá. Conforme os relatos, Elias, que seria usuário de drogas, havia acabado de vender um imóvel e “contava vantagem” por estar com o dinheiro. Foi neste momento em que João e Edivandro decidiram se aproximar para arrancar dele dinheiro. “Ninguém ali conhecia ele. Mas como ‘tava’ pagando bebida, todo mundo queria se aproximar dele”, contou uma das testemunhas.
Ainda de acordo com as oitivas, os acusados convidaram a vítima para ir beber em outro local, e saíram todos juntos no carro de propriedade de João – um gol, cor vermelha. Ao invés de seguirem para onde haviam combinado de ir, o condutor desviou para uma rua sem saída – Benjamim Constante – no bairro Universidade. Lá eles desferiram um golpe com objeto cortante no pescoço de Elias – conforme o laudo da Polícia Técnico-Científica –, e depois terminaram de matá-lo dando-lhe várias pedradas na cabeça. Abandonando o corpo e fugindo em seguida do local. O cadáver de Elias foi encontrado por populares que saiam de suas casas por volta das 6h.
A delegada contou que logo após praticar o crime, a dupla se envolveu em um acidente de trânsito. A Polícia Militar recolheu o veículo de João para o Centro Integrado de Operações em Segurança Pública (Ciosp) do bairro Congós. A interação entre as duas polícias – militar e civil – fez com que os agentes da Decipe fossem até o local verificar uma possível mancha de sangue no tapete do carro. “Foi uma mistura de sorte e experiência dos nossos policiais. Acredito que depois que furaram o pescoço da vítima, o Edivandro que estava como passageiro, tenha levado a lâmina suja de sangue consigo no carro. E sem perceber deixou cair gotas de sangue do objeto”, suspeitou a delegada.
Amostras do material foram recolhidas pelos peritos da Politec para fazer análise comparativa com o sangue da vítima. O resultado dos exames foi compatível. De acordo com o laudo, o sangue encontrado no carro de João era o sangue de Elias.
Pelos resultados do laudo e pelos depoimentos das testemunhas, Valcilene decidiu indiciar os acusados por latrocínio. “Informação que recebi, era de que eles [João e Edivandro] acreditavam que a vítima possuía mais dinheiro consigo porque havia vendido uma casa. No entanto, ele [Elias] só tinha R$ 100, gastou uns R$ 30 pagando bebida na Gruta. E os bandidos só levaram cerca de R$ 70”, explicou à delegada. “O inquérito foi concluído e encaminhado ao Ministério Público. Não posso pedir a prisão deles, porque compareceram em todas as audiências. O MP deve denunciá-los e quem sabe pedir a Justiça que decrete o recolhimento deles a penitenciária”, finalizou a delegada.(Elen Costa/aGazeta)
FONTE: www.amapadigital.net
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