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quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Espanha desenvolve vacina 'muito mais potente' contra vírus da Aids

Foto: DivulgaçãoUm novo protótipo de vacina contra a HIV foi desenvolvido por uma equipe de pesquisadores espanhóis, que consideraram o medicamento "muito mais potente" do que todos vistos até agora. Segundo eles, a fórmula teve resposta de 90% de imunidade em pessoas sadias que foram expostas ao vírus. A descoberta foi divulgada nesta quarta-feira.
Em entrevista coletiva, os pesquisadores informaram que após a grande eficácia da vacina em ratos e macacos, os testes passaram a ser aplicados em humanos, já há cerca de um ano. Na primeira tentativa, o remédio foi aplicado em 30 pessoas sadias, definidos entre 370 voluntários. Entre o grupo escolhido, seis receberam placebo e 24 a vacina. De acordo com os pesquisadores, os efeitos colaterais foram poucos e leves, entre eles dor no local da injeção, cefaleias e mal-estar geral.
De acordo com o cientista do do Hospital Gregorio Marañón de Madri, Juan Carlos López, um dos responsáveis pela pesquisa, o resultado destes testes já é suficiente para afirmar que a vacina é segura. A partir disso, os pesquisadores devem prosseguir com o desenvolvimento clínico do produto. O companheiro de pesquisa, Felipe García, disse que em 95% dos pacientes a vacina gerou uma defesa que normalmente atinge apenas 25%. Ele endossou ainda que enquanto outras vacinas estimulam ou células ou anticorpos, o novo produto consegue atuar nos dois. Os pesquisadores disseram ainda que em 85% dos casos, as defesas geradas pelo medicamento duraram pelo menos um ano, o que é considerado bastante tempo neste campo.
A próxima etapa do estudo vai passar por um novo teste clínico, com voluntários já infectados pelo HIV. A partir deste novos testes, os cientistas pretendem saber se o composto pode, além de prevenir, servir para tratar a doença. Garcia lembrou que em locais como a África, que tem índices gigantescos da doença, é quase insustentável o tratamento periódico rigoroso de antirretrovirais (popular "coquetel" que combina três remédios) e a vacina pode aparecer como grande solução.
Entretanto, o protótipo que vem sendo produzido na Espanha se direciona para o combate do subtipo B do vírus da Aids, o mais comum na Europa, Caribe e nas Américas. Na África e Ásia, o subtipo mais comum da doença é o C.
Até agora, o único teste de vacina contra o HIV que conseguiu chegar até a terceira fase foi na Tailândia, mas os resultados pararam por aí. Neste tipo de pesquisa, as duas primeiras etapas analisam a toxidade do composto e seus resultados, a terceira e quarta etapas checam a forma com que o medicamento deve ser utilizado, tanto em dose como forma de aplicação.

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