Após rejeitarem as propostas da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), entre elas o reajuste de 8%, apresentadas na última sexta-feira, bancários de todo país entram em greve por tempo indeterminado a partir de hoje. A expectativa do Sindicato dos Bancários dos Estados do Pará e Amapá é que ocorra uma adesão de 70% da categoria. Entre as reivindicações principais, os bancários querem um reajuste de 12,8% e aumento no vale-refeição para R$545.Rosalina Amorim, presidente do sindicato, informou que a categoria reuniu em assembleia na última quinta-feira e sinalizou pela greve. “Em reunião no dia 20, a Fenabam ofereceu 7,6% de reajuste que foi rejeitado. Dia 22 ofereceram mais 0,20%. Achamos que o valor não atende a categoria e decidimos pela greve por tempo indeterminado”.
A proposta da Fenaban previa que os bancários que exercem o cargo de caixa, por exemplo, passariam a receber R$ 1.845,77. Os bancários por sua vez querem o piso salarial apontado como o ideal pelo Dieesse, que é de R$ 2.297,51.
A categoria busca outros benefícios como vale-refeição, a cesta alimentação, 13ª cesta, auxílio creche e babá, todos no valor de um salário-mínimo, de R$ 545,00. Planos de Cargos e Salários para todos os bancos, auxílio-educação, aumento no número de agências, mais segurança nas agências, ampliação no horário de atendimento das 9h até as 17h são algumas das demais reivindicações.
Muita paciência. É disso que clientes de bancos, privados e particulares, precisarão ter a partir de hoje. Para o auxiliar administrativo Clodoaldo Picanço, a paralisação trará problemas para todos que necessitam de serviços que só podem ser realizados em agências bancárias. “Atrapalha todo mundo”, reclama.
O jornaleiro Benjamim Gayoso é outro cliente insatisfeito com a decisão de greve. “Com certeza complica. Tenho um boleto para pagar amanhã (hoje) e não posso pagar em lotérica por causa do valor que é maior do que estipulado por eles”.
Presidente Vargas será palco dos protestos
Durante assembleia realizada na noite de ontem com cerca de 300 representantes da categoria, o Sindicato dos Bancários ratificou a greve e articulou as mobilizações que devem tomar as ruas durante a manhã de hoje. A greve é por tempo indeterminado e deve atingir cerca de 457 unidades bancárias em todo o Pará.
Na única votação que aconteceu no encontro, os bancários do Banpará aderiram à orientação da Convenção Nacional, que reúne as entidades de classe, mesmo depois que o Governo do Estado apresentou uma proposta de 10% de reajuste em todas as verbas. De acordo com a presidente Rosalina Amorim, a proposta não contempla a categoria, que pede um reajuste de 12,08%, equivalente a inflação do período e o aumento real em 5%.
Os bancos do Brasil, Caixa Econômica Federal, Banpará e Banco da Amazônia se reuniram em grupos para dinamizar o processo de organização da greve. Ao final, decidiram centralizar as manifestações na avenida Presidente Vargas, onde estão localizadas várias agências. Os bancos privados ainda estão tímidos diante da situação, mas os representantes que estiveram no local garantiram adesão ao movimento grevista.
SERVIÇO
Quem precisa pagar contas durante o período da greve deve ficar atento. A paralisação não isenta a pessoa do pagamento em dia do débito. No caso de contas de água, luz, telefone e boletos bancários, uma alternativa é se dirigir às casas lotéricas, às agências dos Correios (também em greve), supermercados e farmácias. No caso das lotéricas os valores não podem ultrapassar R$700, que é limite estabelecido pela
Caixa Econômica Federal.
Clientes dos bancos privados podem fazer os pagamentos utilizando os códigos de barras dos boletos diretamente nos caixas eletrônicos, onde os usuários podem também
realizar saques e depósitos.
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