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quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Caos na Saúde: consulta de enfermeiro pode ser alternativa para falta de médicos

ImagemO sofrimento dos pacientes da rede pública hospitalar aumenta com a falta de medicamentos, demora na marcação de consultas e impossibilidade de realizar procedimentos cirúrgicos devido a falta de equipamentos e de leitos. Os enfermeiros não podem sequer executar situações simples para amenizar a situação, como a solicitação de um exame ou receitar medicamentos no caso de resfriado, febre e ferimentos leves.
Na capital do Mato Grosso do Sul, Campo Grande, a consulta feita por enfermeiros foi a alternativa encontrada para reduzir o tempo de espera dos pacientes. Eles poderão prescrever medicamentos e até pedir exames. Mas tem que ter atenção para que no caso do paciente apresentar sintomas mais grave pensar no médico para tomar atitude. Foi uma decisão tomada por médicos, enfermeiros e representantes do Ministério Público. Definiram os limites dessa situação, sendo que a consulta médica não pode ser descartada, mas existem situações que os enfermeiros podem resolver.
Os enfermeiros atuam de uma forma muito restrita no Estado, pois apenas seguem orientações médicas. Sequer um soro pode ser receitado. O Conselho Regional de Enfermagem (Coren) no Amapá foi procurado pela reportagem de A Gazeta para falar sobre o assunto. Limitou-se apenas em citar o texto de um dos seus informativos dizendo que o enfermeiro exerce importante papel na equipe de saúde desenvolvendo ainda atividades de sua competência privativa, como a realização de consulta de enfermagem, solicitação de exames complementares e a prescrição de medicamentos – alvo de muitos questionamentos.
A Lei do Exercício Profissional nº 7.498/86, regulamentada pelo Decreto nº 94.406/87 onde se insere a prescrição de medicamentos no conjunto de competências privativas do enfermeiro e na Portaria nº 1.625/07 do Ministério da Saúde, que dispõe sobre as atribuições dos enfermeiros das equipes de Saúde da Família, tem a seguinte redação: cabe ao enfermeiro realizar consultas de enfermagem, solicitar exames complementares e prescrever medicações observadas as disposições legais da profissão e conforme os protocolos, ou outras normativas técnicas estabelecidas pelo ministério.
No Amapá, no entanto, os enfermeiros não prescrevem sequer um soro ao paciente. Tudo depende do médico. O Coren ressaltou que a prescrição por enfermeiros é uma medida que agiliza, dinamiza e rentabiliza os serviços de saúde, seguindo ainda uma tendência mundial praticada por países como Estados Unidos, Canadá, Austrália, Inglaterra, Irlanda, Suécia, África do Sul, França, Argentina e mais recentemente a Espanha.
A maioria dos entrevistados concorda com a possibilidade do enfermeiro também prescrever medicamentos. O pastor Paulo Cruz considerou que o enfermeiro já tem certo conhecimento da medicina e que por isso poderia facilitar a vida de muitos pacientes que esperam horas para serem atendidos. A universitária Istiele Lopes também concordou no caso de prescrição de medicações na atenção básica. Já a estudante Fracione Espíndola achou temeroso. “É ruim para a saúde pública porque o enfermeiro não tem tanto conhecimento quanto um médico”, desaprovou.
Os problemas relacionados a atendimento pioram com a falta médicos nos hospitais. Tal realidade precisa ser considerada pelas autoridades. Um exemplo disso está no Hospital de Emergência, hoje com os leitos lotados. Um dos pacientes entrevistados, que pediu para não ser identificado, reclamou que no dia 14 deste mês fraturou a perna num acidente de trânsito. “Pouco se vê médico nesse hospital e fui informado que não será feita a cirurgia porque um dos equipamentos necessários nesse procedimento está quebrado. Disseram-me para aguardar uma vaga no Hospital Alberto Lima”. (Jorge Cesar/aGazeta)

FONTE: www.amapadigital.net

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