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Coordenador do SAMU não descarta mais uma paralisação
Diariamente, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência e Emergência (SAMU) recebe cerca de 15 ocorrências. Nos finais de semana este número dobra, motivados por registros de acidentes de trânsitos, infartos e atendimentos psiqui
átricos e neurológicos. No Amapá funciona sob duas administrações, estadual e municipal. A que compete ao município, funciona com dois núcleos nas zonas norte e sul da capital. Esta semana, os socorristas protestaram, contra as más condições de salário e trabalho, apoio para a compra de equipamentos de segurança e uniformes, e a falta de estrutura dos núcleos. Eles interromperam as atividades por 12h, até que a secretaria de saúde (SEMSA) encaminhasse uma resposta.
O serviço é dividido por nível de atendimento. O Estado fica com o serviço médico especializado e a prefeitura com o suporte básico. Este funciona com quatro ambulâncias. Cada uma dispõe de um motorista e um técnico em enfermagem para prestar o socorro. Quando o SAMU é acionado pela população, a chamada vai para uma central de regulação, que delimita a complexidade do atendimento. E só então, as equipes saem das unidades.
O recurso destinado para a manutenção das ambulâncias e compra de equipamentos de segurança é de R$ 12.500 mil por veículo. Como se trata de uma verba federal, a prefeitura de Macapá deveria arcar com o investimento de R$ 50 mil mensais. A SEMSA deslocou cerca de 60 servidores municipais ao atender aos serviços do SAMU. Os vencimentos de cada trabalhar chegam em média a R$ 430,00. Valor considerado abaixo do salário mínimo, que é de R$ 545,00.
O diretor municipal do SAMU, Robson Pelaes disse que tem tentando avançar no diálogo com os gestores municipais, colocando as reivindicações dos funcionários. Desde o início deste ano, ele afirmou que o prefeito Roberto Góes tem ciência do que está acontecendo e inclusive reteve uma prova da má remuneração dos servidores. “O prefeito chegou até, a tirar cópia do contracheque de um servidor para demonstrar a SEMAD o quanto recebiam”, comentou Pelaes.
Nas unidades onde as equipes ficam concentradas, existe certa dificuldade para fazer a higiene de material biológico e do próprio espaço de trabalho, que estão infestados de fezes de aves. No expurgo, os socorristas precisam se agaixar para alcançar a torneira e fazer a limpeza do material. Sobretudo, há urgência na aquisição dos chamados EPI – Equipamentos de Proteção Individual, ou seja, luvas, botas, máscaras e até de uniformes. Segundo o secretário de Saúde, Eduardo Monteiro, já transcorre desde o mês de março, licitação para a compra das vestimentas.
Mas a informação foi rebatida por Robson Pelaes, ao relatar que a existência da licitação sequer foi confirmada. “Não existe número, processo e tampouco essa documentação já foi enviada para a Progem, para efeito de empenho”, garantiu o coordenador do SAMU na capital. Pelaes também comunicou que o secretário Eduardo Monteiro esteve com os trabalhadores no dia da paralisação e teria dito de maneira informal que a Prefeitura já teria realizado o estudo sobre o aumento das remunerações, mas que este ano, a Secretaria Municipal de Administração (SEMAD) não poderia garantir o acréscimo.
A tentativa agora é estabelecer a manutenção de um auxílio por zelo patrimonial. Que consiste em remunerá-los pelo serviço de conservação das ambulâncias e dos espaços físicos, uma vez que não existem convênios firmados com empresas que façam a limpeza dos núcleos.
Quanto a reforma nos núcleos da zona sul e zona norte, Pelaes disse que as Secretaria Municipal de Obras (SEMOB) está protelando as solicitações. Os locais já teriam sido vistoriados, para apurar as necessidades, mas o assunto ainda estaria engavetado.
O coordenador do SAMU explica que diante de tantas incertezas, é difícil garantir que não haja um novo movimento de paralisação, desta vez, alçado pelo Sindicato dos Profissionais da Saúde (Sindesaúde), que faria a comunicação prévia a Prefeitura municipal sobre a suspensão dos serviços. “A gente não quer que isso aconteça por que entendemos a relevância dos trabalho destas equipes, mas na negativa da Prefeitura, eles terão que manter 30% do atendimento se quiserem provocar nova paralisação”, destacou Pelaes. (Stefanny Marques/aGazeta)
FONTE: www.amapadigital.net
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