Pages

Empresa parceira

Empresa parceira

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Lembrança do 11 de Setembro comove os EUA

Sob alerta contra novos ataques e um forte esquema de segurança, os Estados Unidos lembraram ontem os dez anos dos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001. Milhares de norte-americanos se emocionaram ao assistir a uma cerimônia no memorial erguido junto ao local onde ficavam as torres do World Trace Center, em Nova Iorque, destruídas após serem atingidas por dois aviões sequestrados por integrantes da organização terrorista Al-Qaeda. Os ataques deixaram 2.976 mortos.
Pela manhã, o presidente Barack Obama participou da cerimônia em memória das vítimas em Nova Iorque. Após visitar o memorial, ele fez um minuto de silêncio às 8h46min para marcar o momento em que o avião da American Airlines atingiu a torre Norte. Atrás de um vidro à prova de balas, o presidente Obama leu o salmo 46 da Bíblia, que fala sobre Deus ser um caminho de refúgio e força.
“Por isso não temeremos, mesmo que a terra seja removida, e mesmo que as montanhas sejam levadas para o meio do mar”, leu Obama, que participou ainda de cerimônias em Shanksville e em Washington, onde outros aviões colidiram.
Às 9h03min, a multidão fez um segundo minuto de silêncio, com o toque de um sino de prata que marcou o momento em que o voo 175 da United Airlines bateu na torre Sul. Nesse momento, George W. Bush, presidente à época dos atentados, subiu no palco de vidro. Ao contrário de Obama, ele foi recebido com uma tímida celebração. Bush fez um breve discurso e citou uma carta escrita pelo presidente Abraham Lincoln para uma viúva durante a Guerra Civil norte-americana.
“Eu sinto quão fracas e desnecessárias devem ser quaisquer palavras minhas para tentar acalmá-la do luto de uma perda tão grande, mas eu não posso evitar de dar a você o consolo que pode ser encontrado no agradecimento de uma república que eles morreram para proteger”, leu o republicano.
O memorial, um espaço paisagístico de três hectares, será aberto ao público a partir de hoje. Com mais de 200 castanheiras, possui duas grandes fontes, com as paredes de água fluindo sem parar. Foram erguidas no lugar exato onde estavam as Torres Gêmeas. O nome de cada vítima está inscrito em seu entorno.
Perto do memorial está sendo levantada a principal torre do novo complexo, o One World Trade Center, que alcançará 1.776 pés (541 metros), o futuro edifício mais alto dos Estados Unidos. Sua altura, em pés, corresponde ao ano da independência do país.

Sob um forte esquema de segurança

A segurança foi intensificada dias antes do aniversário dos atentados. Desde a semana passada, carros são inspecionados e cachorros treinados para detectar bombas são utilizados, assim como equipamentos para monitorar radiação em Nova Iorque e Washington. O controle nos aeroportos foi intensificado.
Parte do aeroporto internacional de Dulles, na região de Washington, foi esvaziada após a descoberta de um “objeto suspeito” na noite de sábado. Policiais verificaram que o pacote não oferecia risco. O equipamento suspeito foi encontrado por um cão farejador de explosivos na bagagem a ser levada em um avião. Pelo menos dois voos foram adiados, porque os aviões estavam dentro da área evacuada. A área foi reaberta cerca de quatro horas após o início da operação.
O reforço na segurança já estava previsto, mas ganhou outro tom com o anúncio das autoridades de que há uma ameaça “específica, crível, mas não confirmada”. Segundo o Wall Street Journal, as autoridades estão em busca de três suspeitos – ao menos um deles estaria em território norte-americano. O plano pode envolver um carro-bomba.
A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, afirmou que a rede Al-Qaeda estava por trás do plano e que as informações vieram de uma fonte confiável, mas não foram comprovadas. “Isso não deve nos surpreender. Ela é uma lembrança constante do que está em jogo na nossa luta contra o extremismo violento, independentemente de quem o propague”, disse Clinton, que falou também que o governo “leva a ameaça a sério”.

Tragédia ainda está bem viva na memória do país

Os norte-americanos permanecem marcados pelo 11 de Setembro. Noventa e sete por cento da população lembra-se perfeitamente onde estava ao saber da notícia, segundo pesquisa divulgada na semana passada, que coloca os ataques lado a lado com o assassinato do presidente John F. Kennedy, em 1963, em termos de impacto no inconsciente coletivo.
Mas, após duas guerras, no Iraque e no Afeganistão, que fizeram 6.200 mortos entre os soldados dos EUA e custaram aos cofres públicos US$ 4 trilhões, muitos moradores, cansados, parecem desejosos de virar a página.
O desemprego de 9,1% também preocupa. “Devemos reencontrar nossa força econômica”, disse o presidente Obama, ao prestar homenagem à “geração do 11 de Setembro”. E insistiu sobre “novos empregos e indústrias que possam permitir à América manter-se competitiva no século XXI”.
Quatro meses antes do décimo aniversário dos atentados, a morte de Osama Bin Laden, em maio, permitiu a muitos esquecer parcialmente a tragédia. Para o artista plástico John Codling, que trabalhava, na época, num escritório financeiro do WTC, “dez anos representam, provavelmente, o tempo necessário para começar a esquecer”.

Bento XVI reza pelas vítimas e pede resistência ao ódio

O Papa Bento XVI orou ontem pelas vítimas dos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001 nos EUA e pelos seus familiares e apelou para que o mundo resista ao que ele chamou de “tentação para o ódio”. O supremo pontífice refletiu sobre o 10º aniversário dos ataques durante observações para fiéis no final de uma missa ao ar livre, em Ancona, uma cidade portuária da Itália.
“Eu convido os líderes das nações e os homens de boa vontade para recusarem sempre a violência como solução para os problemas, para resistirem à tentação pelo ódio e trabalharem em sociedade, inspirados nos princípios de solidariedade, justiça e paz”, declarou o Papa.
No sábado, Bento XVI enviou uma mensagem para os EUA, através de uma carta ao arcebispo Timothy Dolan, chefe da conferência dos bispos católicos no país, na qual ele insistiu para que a violência nunca seja realizada em nome de Deus.

Em mensagem a Obama, Dilma diz que extremismo deve ser combatido

A presidente do Brasil, Dilma Rousseff, enviou a Obama uma mensagem na qual expressa solidariedade e pesar pelos atentados terroristas do 11 de Setembro. Dilma diz ainda que “o extremismo violento deve ser combatido em todas as suas formas, inclusive por meio da reconciliação entre o ocidente e o mundo árabe”.
A presidente afirma que a maior homenagem que pode ser prestada às quase três mil pessoas que morreram nos atentados é continuar trabalhando por um mundo de paz e desenvolvimento. “Conte com o Brasil na construção dessa ordem internacional mais pacífica e mais justa”, afirma a presidente no texto.

0 comentários:

Postar um comentário