O Ciclo do Marabaixo continua neste fim de semana no Laguinho seguindo o costume secular de retirar o mastro na mata do Curiaú e dançar
o marabaixo nas rodadas. A tradição é seguida pela família do Mestre Julião Ramos cujos descendentes se encarregam de organizar os festejos em homenagem à Santíssima Trindade e ao Divino Espírito Santo. Amanhã, 28, os moradores membros de famílias tradicionais seguem até as matas do Quilombo do Curiaú e no dia seguinte dançam marabaixo e recebem convidados na casa da Tia Biló, a partir das 10:00.
Os festejos do Ciclo do Marabaixo iniciaram no Domingo de Páscoa com o Marabaixo da Ressurreição e encerram no dia 26 de junho, no Domingo do Senhor. Neste período os participantes seguem a tradição deixada pelos descendentes de escravos. As mulheres vestem suas saias coloridas, camisa branca e colocam flor no cabelo, enquanto os homens vestem camisa florida e calça de preferência branca, nos pés sandálias e sapatos pra agüentar a festa até o final. O som é marcado pela percussão de caixas feitas de tronco de árvores com couro de animais e os tocadores usam pedaços de madeira para dar o ritmo.
A festa -Homens e mulheres de todas as idades participam da festa, como organizador, tocador, dançarino ou platéia. No Laguinho o grupo Raimundo Ladislau reúne os brincantes, devotos, curiosos e pesquisadores na casa da Tia Biló, filha do Mestre Julião Ramos. Eles formam um conjunto de mais de 100 pessoas de todas as idades que animam o bairro e eternizam a tradição que é símbolo da resistência negra e resgate da memória dos primeiros moradores de Macapá. Qualquer pessoa pode entrar na roda, o caldo é servido para dar energia e a gengibirra é distribuída controladamente.
O início - A família do Mestre Julião foi uma das primeiras que aceitou a proposta do primeiro governador do Amapá, Janary Nunes e saiu das imediações da Igreja São José e veio para o Laguinho fazer sua morada. Com eles vieram todos os costumes que tornaram o marabaixo uma referência amapaense e oficializou o Ciclo: fazer gengibirra com cachaça, água, cravinho e gengibre, soltar fogos, preparar o caldo que é servido durante a festa, rezar em agradecimento aos santos nas missas e novenas, dançar nos bailes e se enfeitar sem vergonha de usar as vestimentas.
Danniela Ramos, bisneta de Mestre Julião, preside o grupo que reúne não somente parentes e afro-descendentes, mas mistura raça, idade e gênero. Ela conta que a principal conquista é conseguir o respeito de autoridades e a compressão não somente de amapaenses, mas dos brasileiros. “Pulamos muitos obstáculos, mas hoje a Igreja São Benedito nos recebe e aos nossos santos enfeitados com fitas, e as autoridades valorizam nossas festas, assim como a maioria dos laguinenses. Claro que não somos unanimidade, por ignorância cultural há quem ache que é baderna e imoral mantermos nossa tradição e no bairro negro da cidade, berço da cultura amapaense, mas cremos que um dia esse pequeno grupo vai deixar o preconceito de lado e respeitar nossa tradição”, diz Danniela.
Amanhã, às 09:00 os participantes saem da casa da Tia Biló para o Curiaú onde cantando e dançando tiram os mastros e retornam para o Laguinho onde deixam o mastro na casa da dona Raimunda. No domingo, a partir das 10:00 a Tia Biló abre as portas de sua casa para receber os convidados que seguem para buscar o mastro com a dona Raimunda e retornam. Durante o dia inteiro são preparados o caldo e a gengibirra e às 17:00 começa a rodada de marabaixo até meia-noite. A casa da Tia Biló é na rua Eliezer Levy entre Mãe Luzia e Nações Unidas.
Os festejos do Ciclo do Marabaixo iniciaram no Domingo de Páscoa com o Marabaixo da Ressurreição e encerram no dia 26 de junho, no Domingo do Senhor. Neste período os participantes seguem a tradição deixada pelos descendentes de escravos. As mulheres vestem suas saias coloridas, camisa branca e colocam flor no cabelo, enquanto os homens vestem camisa florida e calça de preferência branca, nos pés sandálias e sapatos pra agüentar a festa até o final. O som é marcado pela percussão de caixas feitas de tronco de árvores com couro de animais e os tocadores usam pedaços de madeira para dar o ritmo.
A festa -Homens e mulheres de todas as idades participam da festa, como organizador, tocador, dançarino ou platéia. No Laguinho o grupo Raimundo Ladislau reúne os brincantes, devotos, curiosos e pesquisadores na casa da Tia Biló, filha do Mestre Julião Ramos. Eles formam um conjunto de mais de 100 pessoas de todas as idades que animam o bairro e eternizam a tradição que é símbolo da resistência negra e resgate da memória dos primeiros moradores de Macapá. Qualquer pessoa pode entrar na roda, o caldo é servido para dar energia e a gengibirra é distribuída controladamente.
O início - A família do Mestre Julião foi uma das primeiras que aceitou a proposta do primeiro governador do Amapá, Janary Nunes e saiu das imediações da Igreja São José e veio para o Laguinho fazer sua morada. Com eles vieram todos os costumes que tornaram o marabaixo uma referência amapaense e oficializou o Ciclo: fazer gengibirra com cachaça, água, cravinho e gengibre, soltar fogos, preparar o caldo que é servido durante a festa, rezar em agradecimento aos santos nas missas e novenas, dançar nos bailes e se enfeitar sem vergonha de usar as vestimentas.
Danniela Ramos, bisneta de Mestre Julião, preside o grupo que reúne não somente parentes e afro-descendentes, mas mistura raça, idade e gênero. Ela conta que a principal conquista é conseguir o respeito de autoridades e a compressão não somente de amapaenses, mas dos brasileiros. “Pulamos muitos obstáculos, mas hoje a Igreja São Benedito nos recebe e aos nossos santos enfeitados com fitas, e as autoridades valorizam nossas festas, assim como a maioria dos laguinenses. Claro que não somos unanimidade, por ignorância cultural há quem ache que é baderna e imoral mantermos nossa tradição e no bairro negro da cidade, berço da cultura amapaense, mas cremos que um dia esse pequeno grupo vai deixar o preconceito de lado e respeitar nossa tradição”, diz Danniela.
Amanhã, às 09:00 os participantes saem da casa da Tia Biló para o Curiaú onde cantando e dançando tiram os mastros e retornam para o Laguinho onde deixam o mastro na casa da dona Raimunda. No domingo, a partir das 10:00 a Tia Biló abre as portas de sua casa para receber os convidados que seguem para buscar o mastro com a dona Raimunda e retornam. Durante o dia inteiro são preparados o caldo e a gengibirra e às 17:00 começa a rodada de marabaixo até meia-noite. A casa da Tia Biló é na rua Eliezer Levy entre Mãe Luzia e Nações Unidas.
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