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quinta-feira, 26 de maio de 2011

Iapen: falta de estrutura e pessoal permite mais uma fuga

A facilidade e rapidez com que um buraco de menos de 60 centímetros de diâmetro foi feito na lateral oeste do muro do Instituto de Administração Penitenciária (Iapen) mostra o quanto o sistema prisional amapaense está longe de ser seguro. A passagem para a ilegal liberdade foi improvisada em apenas 15 minutos. Foi este o tempo que os detentos levaram para perfurar 14 centímetros de espessura, usando uma ferramenta nada convencional, feita com pedaços de ferros velhos, tirados de paredes velhas.

A fuga ocorreu ontem (25), no horário do banho de sol. Às 9h, pouco mais de 800 presos de quatro pavilhões saíram das celas. Às 9h15, foi efetuado o primeiro disparo de alerta. O tiro foi dado logo depois que o 12º detento passou pelo buraco – aberto entre as guaritas G-4 e G-5. Um deles chegou a ser baleado, mas ajudado pelo restante ele conseguiu sumir na mata. A ação rápida do Grupo Tático Prisional, equipe composta por agentes penitenciários, garantiu a recaptura de quatro fugitivos. Até as 18h de ontem, os outros ainda estavam sendo procurados.
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A fuga voltou a evidenciar a fraca segurança da penitenciária amapaense. O muro foi construído há mais de 20 anos. A estrutura e resistência dele já estão enfraquecidas pela ação do tempo. Além disso, não há pessoal suficiente para inibir as tentativas dos presos. Quem aponta as deficiências é o presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários (Sinapen), Alexandro Soares. De acordo com ele, o plantão de ontem contava com apenas 13 agentes penitenciários.  Desses, 4 estavam fazendo traslado ou escolta de condenados, os demais foram distribuídos nos pavilhões, o qu

e resultou em um agente por pavilhão, que, em média, abriga 227 detentos. “Desse jeito não há como fazer nenhuma contenção”, reforçou Soares.

Segundo ele, atualmente a população carcerária está em mais de 100 presos para cada grupo de 5 agentes penitenciários, quando a legislação manda que esta proporção seja de 5 detentos por agente. Outro grave problema ressaltado pelo presidente do Sinapen é a falta de equipamentos. Os agentes só têm sete armas – uma escopeta calibre 12 e sete revólveres 38 – para controlar todo o complexo que é conhecido como “cadeião”, onde estão 1.600 homens. Para esta quantidade de presos seriam necessários, no mínimo, 10 cartucheiras calibre 12 e 20 pistolas. “Também não temos coletes nem escudos balísticos”, engrossou.

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