Vinte e oito docentes para trezentos estudantes. É esse o retrato do cur
so de Enfermagem da Universidade Federal do Amapá (Unifap) que enfrenta sérias dificuldades para conduzir as cinco turmas existentes. Uma destas turmas que deveria concluir os estudos até o final deste ano pode ser prejudicada. Existem apenas três professores na grade curricular. E o ideal seria que o curso tivesse pelo menos oito profissionais.
A instituição chegou a abrir processo seletivo para a contratação de quatro docentes em caráter emergencial, mas não houve inscritos devido a baixa remuneração oferecida. Na quarta-feira (31) os alunos interditaram o portão central do campus central na Rodovia JK. O protesto buscou sensibilizar a reitoria da Universidade a tomar uma medida para impedir o comprometimento do semestre. Com uma fita negra presa no braço, o colegiado de Enfermagem (que reúne alunos e professores do curso) elaborou uma proposta definitiva para enviar a reitoria. Na qual descrevia as reais necessidades do curso e a carência de professores para semestres específicos.
Bruno Vaz é aluno do 6° período de Enfermagem. Ele explica que devido ao número reduzido de docentes para ministrar aulas no curso, ocorre um revezamento de professores em boa parte das turmas. “O quadro de professores limitado tem feito dobrar a carga horária deles, e são cinco turmas de períodos completamente distintos. Nós entendemos o lado deles e repudiamos essa sobrecarga de trabalho”, afirmou Bruno, que coordenou o protesto na quarta-feira.
A Unifap adotou a metodologia de recorrer a estágios supervisionados no último semestre de Enfermagem. E por conta disso, cada professor que ministra aulas no curso acompanha em média seis alunos durante o estágio. Ocorre que, para acompanhar a turma deste ano que detém 62 alunos, a Universidade só dispõe de três profissionais.
A coordenadora do curso, Érika Rodrigues graduou-se na Universidade e retornou a instituição na condição de titular do curso, assumindo a coordenação há um mês. Ela conta que as dificuldades que os alunos estão enfrentando neste semestre, é um problema antigo no curso de Enfermagem. “A instituição conseguiu estabelecer parcerias com a Secretaria de Saúde e a Prefeitura de Macapá para encaminhar os estudantes para os estágios, mas não resolveu os problemas mais visíveis dentro do ambiente acadêmico como a conclusão das obras do laboratório e a contratação de servidores para suprir o quadro funcional”, descreveu Érika.
Segundo ela, a Universidade foi a primeira instituição de ensino superior do Estado a formar profissionais nesta área de saúde. Com o surgimento das faculdades particulares, a Unifap ainda desponta com turmas numerosas mas os estudantes percebem que existe uma grande dificuldade em manter o curso em funcionamento.
Ontem (2), a coordenadora de Enfermagem foi informada pela reitoria que a situação pode estar perto de ser resolvida. A previsão é de que até o final do mês de setembro, seja lançado edital para a contratação de 8 professores para o curso. No entanto, as admissões devem acontecer por volta do mês de novembro, quando o semestre já estaria encerrando.
A turma de concluintes continuará prejudicada, e talvez os alunos precisem retornar a Unifap no início de 2012 para cumprir novamente a carga horária exigida, que compreende os estágios supervisionados e a defesa dos trabalhos de conclusão de curso. (Stefanny Marques/aGazeta)
FONTE: www.amapadigital.net
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