Dados divulgados na terça-feira (13) pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que o comércio amapaense passa por um período turbulento e a crise instalada desde o fim do ano passado ainda não superada.
De acordo com os números, o Amapá vai na contramão da ascendência do comercio varejista brasileiro. Enquanto o balanço apontou que o Brasil registrou crescimento de 1,4% no volume de vendas em julho de 2011 - completando três meses de taxas positivas e 16 meses seguidos em receita nominal - na realidade local, a queda nas vendas é visível.
A pesquisa registra que o Estado apresenta o único resultado negativo. Em julho, a redução chegou a 2,7% no volume de vendas em relação ao mesmo mês no ano de 2010. Os destaques de crescimento de vendas varejistas na região norte foram para Tocantins (25,0%) e Rondônia (18,0%).
Em relação ao varejo ampliado, o Amapá também apresentou o único resultado negativo, com -9,7% sobre julho de 2010. As maiores taxas de desempenho no volume de vendas ocorreram novamente em Tocantins (30,7%) e Rondônia (13,9%).
A pesquisa revela ainda que oito entre dez atividades do ramo varejista obtiveram variações positivas: móveis e eletrodomésticos (4,1%), supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (1,6%), artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, perfumaria e cosméticos (1,1%), livros, jornais, revistas e papelaria (1,1%), veículos, motos, partes e peças (0,9%) combustíveis e lubrificantes (0,8%), material de construção (0,6%) e artigos de uso pessoal e domésticos (0,6%).
De acordo com o supervisor de informações do IBGE no Amapá, Joel Silva, a situação, apesar de negativa, ainda não é considerada grave pelo órgão, mas serve como um alerta para a economia local. “Fazendo uma avaliação dos últimos doze meses, o Amapá possuiu um acúmulo de 6% nas vendas varejistas, o que é algo ainda positivo. A tendência é que, se no período de fim de ano, as vendas não apresentarem resultados satisfatórios, 2011 tenha um saldo inferior a 2010”, frisa.
Ele complementa que de acordo com a pesquisa nacional, é possível apontar que o setor que mais sofreu redução de vendas foi de veículos. Até o fim do ano passado, essa realidade era diferente. “Em todos os períodos, comparando com 2009, o setor apresentava equilíbrio. Mas neste ano, houve retração nas vendas”, afirmou Joel.
Afetando a economia
Na tarde de ontem (14) o IBGE divulgou a Pesquisa Nacional de Cadastro de Empresas e constatou-se que no Amapá, das 6.618 empresas de unidades locais registradas até 2010, aproximadamente 60% são do setor varejista.
Joel Silva avalia que em um comparativo entre os resultados adquiridos pelo Amapá nas pesquisas de Comércio e Cadastro de Empresas, o Estado passa por problemas na economia local. “Se mais da metade das empresas são do comércio varejista e as vendas dessas não vão bem, isso é negativo para a nossa economia e há riscos de ela demorar a se recuperar”, conclui. (Jéssica Alves/aGazeta)
FONTE: www.amapadigital.net
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