A prefeitura de Macapá
e o governo do Amapá estão obrigados a colocar em salas de aula as
crianças que não conseguiram vagas durante o período de matrículas na
capital amapaense. A medida deve ser adotada antes do início do ano
letivo de 2015. A informação foi repassada pelo Ministério Público (MP)
do Amapá, em reunião no dia 13, entre representantes das secretarias
estadual e municipal de Educação. Levantamento das instituições apontam
para mais de 400 crianças que não conseguiram vagas na rede pública no
ensino fundamental. No Estado, a data prevista para o início das aulas é
2 de março e no Município está marcado para 23 de fevereiro.
Técnicos da Secretaria de Estado da Educação (Seed) afirmaram durante o
encontro que o cruzamento de informações apontou que das 400 crianças
fora da sala de aula, mais de 100 estão cadastradas nas filas de espera
do Estado e do Município, sendo que algumas delas estão até
matriculadas. A proposta estadual também definiu mais vagas para o
quarto e o quinto anos do ensino fundamental na rede pública estadual,
para paralelamente abrir uma oferta maior no primeiro ano nas escolas
municipais, onde há a maior demanda, com 99 crianças.
A prefeitura de Macapá também apresentou proposta. A intenção é
oferecer mais 150 vagas nas escolas de ensino fundamental para comportar
as crianças que ficaram fora de sala de aula. A medida será adotada com
ampliação de espaços existentes e a criação de outros nos colégios com
capacidade. A Secretaria Municipal de Eduação (Semed) garantiu que os
alunos matriculados no período regular não serão afetados.
A carência na rede pública em Macapá é enfrentada desde 2013, quando o
governo do Amapá deixou de atender as séries iniciais, processo que faz
parte da municipalização do ensino fundamental, deixando para a
competência do Estado somente as séries do ensino médio. O caso foi parar no Ministério Público (MP) do Amapá, em 2014.
Para o MP, houve falta de planejamento, tanto da rede pública quanto
dos pais das crianças, que deixam de comparecer à chamada escolar ou
procuram as vagas para os filhos somente depois do encerramento das
matrículas.
"O Estado e o Município têm que dar um jeito de acomodar as crianças a
qualquer custo sem prejudicar o início do ano letivo", falou o promotor
da Infância e da Juventude Alexandre Monteiro.
A promotoria informou que os pais também podem ser responsabilizados
sob o crime de abandono intelectual, previsto no artigo 246 do Código
Penal, em caso de falta de interesse em matricular os filhos na escola. A
pena pode chegar a 15 dias a um mês de detenção ou pagamento de multa.
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