Cinco policiais militares estão sendo julgados nesta terça-feira (24) na Vara do Tribunal do Júri, no Fórum de Macapá. Eles são acusados pelo Ministério Público (MP) do Amapá
de homicídio. A vítima Odiney Rocha da Silva, de 23 anos, foi morta com
tiros na cabeça e no tórax, no bairro Buritizal, na Zona Norte de
Macapá. O caso aconteceu em 2007 e foi considerado arbitrário para a
acusação. A defesa alega que a morte aconteceu em legítima defesa. O
juiz João Guilherme Lages afirmou durante a audiência que o júri popular
deverá ser longo por causa da quantidade de testemunhas e réus
envolvidos.
De acordo com a denúncia, são acusados do crime os policiais Iannes
Michael Ferreira de Castro, Paulo Sérgio Costa dos Santos, Jonas Santos
Pereira e Miguel Ramos Pereira dos Santos. Todos faziam parte do
Batalhão de Operações Especiais (Bope) à época do homicídio. O MP pede a
condenação com pena acima de 30 anos para cada um.
A denúncia narra que os acusados executaram o crime no dia 30 de agosto
de 2007, por volta de 16h, na casa do sogro da vítima, na Rua Raul
Monteiro Waldez, no bairro Buritizal, na Zona Sul. Eles teriam atingido
Odiney Silva com disparos de arma de fogo na cabeça e no tórax. A vítima
morreu ainda no local do crime.
O Ministério Público ainda afirma que durante a execução as filhas da
vítima foram trancadas no banheiro enquanto os policiais militares
disparam contra Odiney. A denúncia diz que uma criança de 12 anos viu
quando um dos militares “tirou o colete e atirou no mesmo, alegando
posteriormente que a vítima havia trocado tiros” com os acusados.
O promotor da Vara do Tribunal do Júri Afonso Pereira disse que durante
o crime, dois dos cinco policiais estavam sem farda, utilizando somente
roupas pretas e capuz na cabeça.
“Entraram na casa da vítima sem mandado judicial e depois alegaram
legítima defesa sem apresentar nenhuma prova. Eles entraram na
residência e deixaram os parentes em cárcere privado por quase duas
horas. A vítima tinha passagem pela polícia, mas cumpriu a pena por
tráfico de drogas e estava em liberdade”, relatou Pereira.
A defesa dos militares nega as acusações. O advogado Charlles Bordalo
sustenta que a ação aconteceu em legítima defesa. “Os policiais
cumpriram o seu dever legal e foram recebidos a bala por um bandido com
vários crimes na costas. Como houve tiroteio, tiveram que reagir a esse
ataque. A falta de farda é uma versão criada pelos familiares”, disse.
Ele acrescentou que foram encontrados na residência duas armas e drogas.
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