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terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Cinco policiais militares acusados de homicídio são julgados

Militares são julgados por homicídio no Amapá (Foto: Abinoan Santiago/G1) 

Cinco policiais militares estão sendo julgados nesta terça-feira (24) na Vara do Tribunal do Júri, no Fórum de Macapá. Eles são acusados pelo Ministério Público (MP) do Amapá de homicídio. A vítima Odiney Rocha da Silva, de 23 anos, foi morta com tiros na cabeça e no tórax, no bairro Buritizal, na Zona Norte de Macapá. O caso aconteceu em 2007 e foi considerado arbitrário para a acusação. A defesa alega que a morte aconteceu em legítima defesa. O juiz João Guilherme Lages afirmou durante a audiência que o júri popular deverá ser longo por causa da quantidade de testemunhas e réus envolvidos.

De acordo com a denúncia, são acusados do crime os policiais Iannes Michael Ferreira de Castro, Paulo Sérgio Costa dos Santos, Jonas Santos Pereira e Miguel Ramos Pereira dos Santos. Todos faziam parte do Batalhão de Operações Especiais (Bope) à época do homicídio. O MP pede a condenação com pena acima de 30 anos para cada um.
A denúncia narra que os acusados executaram o crime no dia 30 de agosto de 2007, por volta de 16h, na casa do sogro da vítima, na Rua Raul Monteiro Waldez, no bairro Buritizal, na Zona Sul. Eles teriam atingido Odiney Silva com disparos de arma de fogo na cabeça e no tórax. A vítima morreu ainda no local do crime.
O Ministério Público ainda afirma que durante a execução as filhas da vítima foram trancadas no banheiro enquanto os policiais militares disparam contra Odiney. A denúncia diz que uma criança de 12 anos viu quando um dos militares “tirou o colete e atirou no mesmo, alegando posteriormente que a vítima havia trocado tiros” com os acusados.

Afonso Pereira, promotor de justiça (Foto: Dyepeson Martins/G1) O promotor da Vara do Tribunal do Júri Afonso Pereira disse que durante o crime, dois dos cinco policiais estavam sem farda, utilizando somente roupas pretas e capuz na cabeça.
“Entraram na casa da vítima sem mandado judicial e depois alegaram legítima defesa sem apresentar nenhuma prova. Eles entraram na residência e deixaram os parentes em cárcere privado por quase duas horas. A vítima tinha passagem pela polícia, mas cumpriu a pena por tráfico de drogas e estava em liberdade”, relatou Pereira.
A defesa dos militares nega as acusações. O advogado Charlles Bordalo sustenta que a ação aconteceu em legítima defesa. “Os policiais cumpriram o seu dever legal e foram recebidos a bala por um bandido com vários crimes na costas. Como houve tiroteio, tiveram que reagir a esse ataque. A falta de farda é uma versão criada pelos familiares”, disse. Ele acrescentou que foram encontrados na residência duas armas e drogas.


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