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sábado, 7 de junho de 2014

Franco-brasileiro encara Atlântico a remo em competição perigosa

Filho de amapaense encara Atlântico à remo em competição perigosa (Foto: Jonhwene Silva-GE/AP)
O guianense Patrice Maciel, de 42 anos, pode não ter nascido no Brasil, mas suas origens estão diretamente ligadas ao Amapá. Filho de amapaenses, ele se prepara para o maior desafio da vida: cruzar o oceano Atlântico a remo. O velejador vai participar pela primeira vez da Corrida Internacional Rames Guyane, prevista para iniciar no dia 18 de outubro.
O desafio começa no Senegal   , na África, com chegada na Guiana Francesa, na América do Sul. Um trajeto de 4.700 quilômetros percorridos numa pequena embarcação.
A ligação desse aventureiro com o Amapá surgiu ainda muito criança quando os pais brasileiros voltaram para o estado. Patrice tem dupla cidadania, ele viveu parte da infância na localidade de Limão    do Curuá, região do Distrito de Bailique, pertencente a Macapá. Mas foi na capital amapaense que o franco-brasileiro aprendeu a nadar, no Rio Amazonas.
Filho de amapaense encara Atlântico à remo em competição perigosa (Foto: Divulgação/Sfefane Nianguy)
O fascínio por desafios acompanha Patrice desde muito cedo, sendo o maior deles o Rames Guyane.  O franco-brasileiro quer navegar divulgando a necessidade de valorização das pessoas portadoras de necessidades especiais.
- Tive uma irmã especial e senti na pele toda a dificuldade desse problema social. Falta de acessibilidade, preconceito e tantos outros problemas são constantes na vida dessas pessoas. Minha missão também é esta: lutar pela valorização dessas pessoas - explicou.
Filho de amapaense encara Atlântico à remo em competição perigosa (Foto: Divulgação/Sfefane Nianguy)
Patrice terá pela frente competidores experientes da Espanha, Bélgica e França   . São velejadores acostumados com os perigos que cercam esse tipo de prova.
- Estarei enfrentando competidores que têm muita experiência e para mim, que estarei pela primeira vez, concluir a prova já será de bom tamanho – disse.
O velejador não terá vida fácil durante a competição. Em média Patrice irá remar cerca de dez horas por dia. Para evitar cair da embarcação ele irá percorrer todo o trajeto preso a uma corda. E nos momentos que for dormir, rezar para não encontrar com nenhum navio cargueiro ou transatlântico, por exemplo, evitando o risco de colisão, segundo ele.

- Terei momentos de descanso. Vou precisar parar para dormir e nesse intervalo tudo pode acontecer. Será um exercício de superação e que também terei que contar com a sorte – destacou.
Filho de amapaense encara Atlântico à remo em competição perigosa (Foto: Divulgação/Sfefane Nianguy)O desafio que Patrice irá enfrentar vai exigir também doses elevadas de muita calma. Tudo porque ele poderá se deparar com fortes correntes marítimas, juntamente com ventos violentos. Outra dificuldade serão as ondas que podem chegar a dez metros de altura em alto mar.
- Não dá para ter tranquilidade. Além de uma boa preparação física, apoio psicológico é fundamental. Acredito que todos os competidores estarão expostos a esta situação. Estamos tomando todas as medidas de segurança    para que não ocorra qualquer problema mais sério – afirmou Patrice.

O barco em que o aventureiro irá encarar a competição tem oito metros de comprimento por menos de dois metros de largura, construído em madeira    compensada, banhada em resina, o que garante alta resistência   . Apesar de toda a segurança, a maior dificuldade pode ser a vida solitária dentro da embarcação. Serão cerca de sessenta dias em que ele não terá contato com ninguém.
- Isso irá exigir uma preparação física muito boa, pois serão muitas horas remando, com as pernas deitadas e tendo que conseguir água. Acho que esse também será um dos desafios, pois a competição é muito puxada e exige muito dos competidores – disse.
Filho de amapaense encara Atlântico à remo em competição perigosa (Foto: Divulgação/Sfefane Nianguy)Por enquanto, Patrice ainda busca recursos para custear as despesas com a competição. Equipamento pessoal, transporte, aluguel do barco e taxa de participação na prova, estão incluídas nas despesas que podem ultrapassar a casa dos sessenta mil euros. A chegada está prevista para ocorrer em novembro no Porto de Cayenne, em Guiana Francesa.

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