Quatro dos cinco médicos que atuam no Hospital Estadual de Oiapoque, distante 590 quilômetros de Macapá,
foram exonerados dos cargos nesta quarta-feira (11), informou a
Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). Em comunicado, a secretaria
justificou o desligamento dos médicos alegando que os profissionais não
cumpriam a carga horária semanal de trabalho de 40 horas.
Os profissionais (dois cirurgiões e dois clínicos) discordaram da
justificativa da Sesa e manifestaram a desaprovação em relação as
demissões. O cirurgião-geral Luís Alexandre Silva, que trabalhava há 12
anos em Oiapoque, contou que desavenças pessoais com o diretor do
hospital do município causaram as saídas, e que os profissionais
cumpriam os horários.
"A nossa demissão foi verbal, e pelo menos até hoje, nada foi informado
sobre o desligamento dos médicos. Havíamos pedido explicações antes,
mas nada foi informado. É claro que isso aconteceu em função da ação que
entramos contra o diretor do hospital por assédio moral, mas a demissão
não tem justificativa", argumentou Silva, em protesto na sede da
Assembleia Legislativa do Amapá (Alap).
Três dos quatro médicos despedidos foram até a Alap cobrar respostas
para as demissões. Todos estão sediados no município através da
modalidade de contrato administrativo. Silva informou que a única médica
que não foi exonerada também pedirá o desligamento. A clínica geral
Rozimary Queiroz, também demitida, confirmou que os profissionais
entraram com ações contra o estado no Ministério Público Estadual (MPE) e
no Conselho Regional de Medicina (CRM-AP).
Ainda de acordo com o comunicado da Sesa, os médicos cumpriam apenas 25
horas semanais, além de descumprimento de ordem de plantões, horário de
expediente e de sobreaviso. Os novos médicos do município já foram
contratados e assumiram os cargos nesta quarta-feira.
0 comentários:
Postar um comentário