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segunda-feira, 16 de junho de 2014

Brasileiro de Surfe na Pororoca é disputado no arquipélago do Bailique

Surfistas encaram a pororoca na localidade do Sucuriju, no Amapá (Foto: Raimundo Paccó/Arquivo Pessoal) 

O arquipélago do Bailique, comunidade de Macapá mais distante da zona urbana, foi o local escolhido pela Associação Brasileira de Surfe na Pororoca (Abraspo) para sediar a 14ª edição do Campeonato Brasileiro da modalidade. A competição aconteceu no último fim de semana, dias 14 e 15 de junho, no rio Livramento, uma nova rota onde o fenômeno natural ainda existe.

Surfistas encaram a pororoca na localidade do Sucuriju, no Amapá (Foto: Raimundo Paccó/Arquivo Pessoal)A organização da competição informou que apesar da vontade de se realizar o campeonato no rio Araguari, na região de Cutias, o mesmo não sentia mais os efeitos do fenômeno da pororoca. Noélio Sobrinho, presidente da Abraspo, afirmou que a construção de hidrelétricas e o surgimento de canais, por conta da criação de búfalos, são os fatores apontados para que o Araguari não tenha mais a pororoca na mesma intensidade de antigamente.
- Infelizmente, essa é uma triste realidade. No rio Araguari não existe mais a pororoca devido aos fatores humanos. Dessa forma, tivemos que buscar alternativas para que o campeonato ocorresse e o rio Livramento é onde o fenômeno se mostrou ainda muito forte e propício para o surfe - disse.
Aproveitando o fenômeno no rio Livramento, os surfistas conseguiram pegar ondas de até dois metros de altura. Na primeira bateria, Adilton Mariano do Ceará encarou o carioca Gabriel Pastori. O cearense, que já havia conquistado a disputa nacional, não teve dificuldades em conseguir boas manobras e garantir presença na final.

Surfistas encaram a pororoca na localidade do Sucuriju, no Amapá (Foto: Raimundo Paccó/Arquivo Pessoal) 
Na outra disputa, o paulista Marcelo Bonfim surpreendeu Ícaro Lopes, do Ceará, e também garantiu presença na decisão. Na bateria decisiva, Adilton Mariano realizou várias boas manobras diante de Marcelo Bonfim e faturou o heptacampeonato de surfe na pororoca.
- Para mim o mais difícil é lidar com o inesperado, com a expectativa do imprevisto e sem saber o que teremos pela frente. Acho que esse heptacampeonato só vem coroar todo o presente que Deus nos dá com a natureza que nos deparamos na pororoca. Sem dúvida que essa etapa vai ficar na história - disse Adilton.
O paulista Marcelo Bonfim, que encarou pela primeira vez a pororoca, considerou positiva a experiência já que antes só havia surfado nas ondas de águas salgadas. Otimista, ele espera que a partir de agora possa participar de mais etapas do Campeonato de Surfe na Pororoca.
- Foi uma experiência alucinante e pude realmente notar que há uma diferença na força da água. No mar se forma uma onda que segue, como se fosse numa linha contínua. Na pororoca é diferente, pois além de ser mais turva e a onda tem uma quebrada, sendo uma dificuldade a mais - destacou.
 Agora a Abraspo se prepara para desbravar novos pontos da pororoca em terras amapaenses. Uma nova expedição deve acontecer ainda este ano.

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