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Empresa parceira

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terça-feira, 10 de junho de 2014

No AP, empresário contratado como professor é desconhecido por alunos

Informações sobre vencimento podem ser visualizadas no Portal da Transparência (Foto: Dyepeson Martins/G1) 

O empresário Luciano Marba, acusado de corrupção pelo Ministério Público do Amapá, recebeu até abril de 2014 o salário de R$ 3,5 mil para lecionar a disciplina de história, na Escola Estadual Maria Neuza do Carmo Viana dos Anjos, localizada no bairro Jardim II, Zona Norte de Macapá. As informações podem ser visualizadas no Portal da Transparência do governo do estado. Alunos da instituição disseram, porém, nunca terem visto o empresário no colégio.
Luciano Marba concedeu entrevista coletiva nesta segunda-feira (18) (Foto: Abinoan Santiago/G1) Ouvimos jovens que estudam em turnos diferentes na escola, além de pais e responsáveis dos estudantes. Os funcionários da escola preferiram não gravar entrevistas sobre o assunto.
Uma das estudantes ouvidas foi Laura Donato, de 14 anos. Ela diz que estuda na instituição há dois anos e nunca viu Luciano Marba dentro de sala de aula.
"Conheço os professores de história que trabalham aqui e eu nunca ouvi falar nesse nome, nem eu e nem meus colegas", disse a garota, que cursa o 1º ano do ensino médio   .
O autônomo Adalto Rodrigues, de 46 anos, é pai de dois alunos, de 12 e 15 anos, e diz conhecer todos os professores da escola. "Minha filha de 15 anos estuda no turno da tarde e meu filho pela manhã. Eles não têm aulas com ele [Luciano Marba], sempre pesquisei sobre os professores e nunca o vi nas reuniões do colégio. Também conheço vários funcionários daqui", afirmou.

Escola Estadual Maria Neuza do Carmo Viana dos Anjos, na Zona Norte de Macapá (Foto: Dyepeson Martins/G1) 

A diretora da escola, Joseane dos Santos, disse que o empresário sempre lecionou no colégio, mas está licenciado desde 15 maio de 2014. "Ele foi colocado à disposição da Secretaria de Educação   . Ele era professor, depois foi lotado para a sala de leitura e neste ano ele iniciou, mas depois parou os trabalhos por causa de todos aqueles problemas", falou, referindo-se aos mandados de prisão expedidos contra o empresário, acusado de corrupção    em licitação    pública na Educação   . O primeiro foi emitido no dia 15 maio, mas no dia 3 de junho os mandados foram recolhidos por meio de um decreto de salvo-conduto.
Secretária de Educação Elda Araújo diz que carência existe por causa da demanda (Foto: Abinoan Santiago/G1) A titular da Secretaria de Estado da Educação (Seed), Elda Araújo, disse que o órgão sempre recebeu a folha de ponto dos profissionais assinada. Ela diz ter ciência    do pedido de licenciamento de Luciano Marba, mas afirma que a Seed ainda não foi notificada formalmente sobre a licença.
"Hoje a lotação dele é nesta escola. Em qualquer remoção de servidor público    é necessário que a direção da escola encaminhe a solicitação até a secretaria. A Seed acompanha todas as situações no sentido de verificar denúncias no caso de um professor que não esteja atuante onde está lotado", afirmou.
Caso o empresário não esteja exercendo as funções para as quais está recebendo, a conduta será classificada como 'crime administrativo', conforme explicou o advogado Elias Salviano.
"Caso ele não esteja exercendo as atribuições, a direção do colégio tem o dever de comunicar isso para a Seed, pois ele pode estar recebendo os valores sem contraprestação de serviço. Caso essa situação seja comprovada ele deve ficar sujeito a uma advertência verbal e até a demissão do serviço público", acrescentou o advogado.
Luciano Marba é dono da empresa de vigilância que atualmente presta serviços para escolas da rede pública de ensino. Segundo o promotor Afonso Pereira, a suposta atuação como professor impede que a empresa participe de licitações públicas. "Fere a lei esta licitação e incluiremos esta medida no nosso próximo relatório do Ministério Público [MP] do Amapá", frisou.
O MP acusa Luciano Marba e Admar Barbosa, sócio do empresário, pelos crimes de corrupção ativa e passiva, extorsão, afastar interessados à licitação e formação de quadrilha. A denúncia    foi ofertada em 9 de maio.

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