Um entrevero entre a Confederação Nacional de Rodeio – entidade contratada pelo Governo do Estado – e a Federação de Rodeio Amapaense (Ferap) deixou de fora empresas especializadas no esporte no Amapá
Os vinte cowboys amapaenses que tradicionalmente participam do circuito local de rodeios, foram limados da Expofeira do Amapá deste ano. Um entrevero entre a Confederação Nacional de Rodeio e a Federação de Rodeio Amapaense (Ferap) deixou de fora empresas especializadas no esporte no Estado.
Os vinte cowboys amapaenses que tradicionalmente participam do circuito local de rodeios, foram limados da Expofeira do Amapá deste ano. Um entrevero entre a Confederação Nacional de Rodeio e a Federação de Rodeio Amapaense (Ferap) deixou de fora empresas especializadas no esporte no Estado.
“Como quem vai realizar o rodeio é uma empresa do Pará, os peões serão de lá, os federados na federação paraense”, destacou Adriano Duarte, presidente da Ferap.
Caracterizando como boicote a ação do Governo do Estado, em firmar convênio com a Confederação Nacional de Rodeio, para promover o evento na expofeira, Duarte diz que houve direcionamento do contrato para empresa do Pará.
O fato a que se refere o presidente da Ferap diz respeito ao acordo que o Estado, através da Agência de Desenvolvimento do Amapá (Adap), firmou com a confederação nacional do esporte. Esta, alegando que a federação amapaense de rodeio não é filiada à entidade nacional, optou por contratar a federação de rodeio do Pará, que, por sua vez, ajustará com empresa paraense, do ramo.
Com o estatuto da federação amapaense em mãos, Adriano Duarte garante que a arguição da confederação, para limar a entidade do Estado da expofeira, não faz sentido, já que o documento que regulamenta a Ferap apresenta em seu artigo 1º, o texto a seguir: “A Federação de Rodeio Amapaense (...) com sede nesta cidade de Macapá (...) e base de atuação em todo o território do estado do Amapá e filiada à CNAR – Confederação Nacional de Rodeio (redação alterada pela ALE n.º 02/2010 de 03.01.2011)”.
“Desde 2010 estamos em contato com a confederação para nos filiarmos. Fizemos todas as alterações exigidas por ela, e, agora, neste ano, ela diz que não estamos confederados. Temos o nosso estatuto alterado para mostrar isso”, reclamou Duarte.
Ele afirmou que em nenhum momento a federação amapaense – que, segundo afirma, poderia ser contratada de forma direta, como ocorria em anos anteriores – foi consultada acerca de orçamento para realizar o evento na expofeira. “Eles (governo) simplesmente fizeram esse convênio com a confederação, sem nem saber se os custos por aqui seriam mais baixos”, afirmou.
Criada em 2009, a Ferap tem duas empresas e vinte cowboys filiados. Todos participavam tradicionalmente dos rodeios da expofeira do Amapá.
O empresário Reinaldo Lourenço, dono da Companhia de Rodeio R&L, lamentou o fato de os amapaenses estarem de fora do evento neste ano. “Temos uma empresa genuinamente amapaense. Geramos empregos o ano inteiro em todo o Estado do Amapá, levando turistas para os 16 municípios. Nossos cowboys participam de circuitos anuais, como instrumento de preparação para a chegada do grande rodeio da expofeira. Isso tudo vai ser desperdiçado”, lastimou Lourenço, acrescentando que, confiando na participação da R&L na feira de exposições deste ano, promoveu o circuito de rodeios, que já está em sua quinta edição, chegando aos municípios de Pedra Branca, Porto Grande, Macapá, Tartarugalzinho e em novembro próximo, em Amapá. “Nas quatro últimas edições conseguimos reunir mais de 60 mil pessoas”, calculou Lourenço. A R&L tem realizado os rodeios na expofeira desde 2009.
O outro lado
A diretora da Adap, Ivana Antunes, explicou o processo de convênio com a Confederação Nacional de Rodeio. Segundo disse, o governo decidiu contratar entidades regularizadas para promover o rodeio. Entrou em contato, então, com a confederação, para que procedesse com os ajustes.
“A confederação nos informou que a federação amapaense não estava filiada a ela. Por isso, a entidade do Amapá não foi contratada”, frisou, e acrescentou: “Além do mais, nos chamou atenção o valor apresentado pela confederação”.
Antunes disse que a entidade nacional ofereceu toda a estrutura de rodeio por R$ 670 mil, e mais cinco shows nacionais, por mais R$ 280 mil, o que soma R$ 950 mil. No entanto, além desse valor, o governo do Estado passou os lucros obtidos com a venda de camarotes e patrocinadores para o rodeio à federação. Em média, cada um dos 99 camarotes custa R$ 3 mil, o que soma mais R$ 297 mil.
Quanto às atrações musicais que a diretora da Adap afirma que custarão R$ 280 mil, a reportagem decidiu entrar em contato com os empresários de três dessas atrações: João Bosco & Vinícius, Michel Teló e Cesar Menotti e Fabiano. Cada cachê, ou seja, sem contar com as despesas com passagens aéreas, hospedagem e alimentação, custa em média R$ 150 mil, o que totaliza R$ 450 mil. “Ou esses artistas amam o Amapá, ou a confederação tem ‘privilégios’ junto aos empresários”, ironizou o empresário de um dos artistas que preferiu o anonimato.(Denise Muniz/aGazeta)
FONTE: www.amapadigital.net
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