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quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Sem repasses da Sesa, Hospital São Camilo vai suspender atendimento do SUS

Apesar do Fundo Nacional de Saúde ter transferido as verbas do SUS, desde maio a Secretaria de Estado da Saúde não repassa os valores aos médicos que atendem no Hospital São Camilo.
Desde maio sem receber os repasses financeiros da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), a partir da próxima segunda-feira (24), o Hospital São Camilo vai suspender o atendimento prestado por cerca de cem médicos, através do convênio do Sistema Único de Saúde (SUS). Ao tomar conhecimento da decisão da direção do hospital, o presidente do Sindicato dos Médicos do Amapá, Fernando Nascimento, pediu providências ao Ministério Público Federal, informando ao órgão que a suspensão do atendimento vai afetar os pacientes de cirurgia cardíaca, UTI neonatal, ginecologia e obstetrícia, clínica médica e cirurgia geral.
Para se ter uma idéia do impacto da suspensão dos serviços médicos, segundo os registros do São Camilo, o maior hospital privado do Amapá, cerca de 7.500 pacientes são atendidos anualmente através do SUS. Ainda sem ter recebido os repasses relativos a outubro e novembro de 2010, em 23 de setembro a direção do Hospital São Camilo comunicou ao Sindicato dos Médicos do Estado do Amapá sobre as pendências de pagamento da Sesa a partir de maio deste ano.
No mesmo ofício, a direção do São Camilo enfatiza que “após vários contatos com o Fundo Estadual de Saúde, nos posicionaram que estão dependendo de repasse do Fundo Nacional para que possam dar continuidade aos demais repasses”. “Sobre as pendências de 2010, foi apresentada proposta para pagamento em duas parcelas, porém, não nos foi posicionado sobre a questão”, acrescenta o documento. Diante da negativa do governo estadual, a direção do São Camilo oficializou “o prazo de 30 dias para paralisação decorrente da questão”.
O presidente do Sindicato dos Médicos, Fernando Nascimento, disse ontem que o atraso dos repasses pela Sesa é injustificado, “pois se trata de repasse fundo a fundo que, inclusive, está em dia”. Nascimento constatou a transferência dos recursos pelo Fundo Nacional de Saúde em consulta ao site oficial do governo (HTTP://www.fns.saude.gov.br).
“Não queremos paralisar os serviços, já que a maioria das cirurgias do estado é realizada no Hospital São Camilo, mas os médicos não podem trabalhar sem receber seus honorários”, ressaltou Fernando Nascimento. Ele explicou que, ao contrário dos plantões nas unidades públicas, os médicos do São Camilo ganham por produtividade. Um obstetra, por exemplo, recebe cerca de R$ 150 por parto.
Fernando Nascimento acrescentou que a partir do próximo dia 25 de outubro haverá mobilização e paralisação nacional dos médicos que atendem em hospitais particulares conveniados com o SUS. “Além do pagamento dos atrasados, queremos a revisão dos honorários médicos e a volta do código 7 do SUS, procedimento através do qual os valores dos pagamentos eram creditados na conta dos médicos”, concluiu.

A GAZETA

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