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quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Racionamento? Se chover, prepare-se para o apagão

ImagemObsoleta e sem manutenção, a rede de distribuição da CEA não resiste a um temporal, afirma Audrey Cardoso, do Sindicato dos Urbanitários; José Ramalho, da CEA, garante que não haverá racionamento de energia.
 
“Se chover, prepare-se para o apagão elétrico”. O alerta deveria ser afixado na porta da geladeira pelos moradores de Macapá e Santana, que desde o dia 17 estão convivendo com as frequentes quedas de energia, com o efeito colateral da falta de água. Embora o presidente da CEA, José Ramalho, tenha descartado ontem (25) a possibilidade de racionamento, acenando com investimentos de R$ 18 milhões, o presidente do Sindicato dos Urbanitários, Audrey Cardoso, afirmou que a rede de distribuição da empresa, totalmente obsoleta e sem manutenção adequada, não resiste a um temporal.

Audrey Cardoso, que é engenheiro elétrico lotado nos quadros da empresa, afirma que o atendimento precário ao consumidor é resultado da falta de investimento na manutenção da rede de energia da companhia. Para evitar os frequentes apagões, segundo ele, seriam necessários R$ 200 milhões em investimentos e não apenas os R$ 18 milhões previstos pela CEA.

“Nesses dez meses, o presidente da CEA sabia do estado de calamidade dos alimentadores de energia, da precariedade da rede de distribuição e da falta de material para manutenção e não tomou as medidas preventivas necessárias para evitar os apagões”, afirmou Audrey. O sindicalista chegou a afirmar que “é uma mentira anunciarem que possuem R$ 18 milhões do BNDES para ampliar a rede de distribuição”. Tecnicamente, segundo Audrey, “não adianta ampliar uma rede que já está obsoleta, comprometida, vão apenas ampliar o problema”.

Para ressaltar a gravidade da situação, Audrey garantiu que 75% dos alimentadores de energia estão comprometidos ou em estado crítico. “Além disso, a CEA não tem material para manutenção, como transformadores, cabos elétricos, chaves de alta tensão, elos-fusíveis e nem fita isolante”, enumerou. “Há informações de que os trabalhadores estão comprando fita isolante com dinheiro do próprio bolso”, acrescentou.
Um exemplo do quadro crítico, de acordo com Audrey, ocorreu no dia 21, quando moradores do bairro Congós ficaram 21 horas sem energia. “Um transformador queimou e não havia outro para substituí-lo. A saída foi retirar um transformador de outro ponto e levá-lo para o Congós”, relatou Audrey.

Resumo da ópera: se continuarem as chuvas, o apagão vai perdurar. Por uma simples razão: água e eletricidade não combinam entre si. Audrey explica que a água infiltra nos isoladores, provocando sobreaquecimento e, em consequência, a queima dos cabos deteriorados. “Sem material, a CEA está reutilizando cabos velhos que já foram retirados da rede”, afirma Audrey. Portanto, se chover, prepare-se para o apagão. (Régis Sanches/aGazeta)
 
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