Enquanto não há decisão sobre onde e como enterrá-lo, líder deposto é mantido no local para ficar longe de multidões enfurecidas
O corpo ensanguentado do líder deposto Muamar Kadafi, que foi morto na quinta-feira na Líbia, é mantido guardado nesta sexta-feira em um freezer comercial na cidade de Misrata, em uma tentativa de mantê-lo longe de multidões enfurecidas enquanto as autoridades do Conselho Nacional de Transição (CNT, que governa o país interinamente) decidem onde enterrá-lo.
A medida improvisada reflete a desorganização e a confusão que cerca a morte do ex-ditador, que governou o país com mão de ferro por 42 anos. Relatos sobre como ele foi capturado por combatentes leais ao CNT continuam contraditórios, e a principal autoridade de direitos humanos da ONU indicou a preocupação de que ele tenha sido executado sumariamente.
Seu enterro estava previsto para esta sexta-feira, de acordo com as tradições islâmicas que pedem um procedimento rápido. Mas o governo interino o adiou, dizendo que as circunstâncias de sua morte ainda têm de ser determinadas. Além disso, o ministro da Informação Mahmoud Shammam disse que as autoridades "debatem qual é o melhor lugar para enterrá-lo".
Um correspondente da Associated Press viu o corpo no centro de compras de Misrata, cidade costeira localizada a 192 km de Sirte, cidade natal do ex-ditador e onde ele foi morto. O corpo de Kadafi foi levado a Misrata porque essa é a cidade dos milicianos que o mataram.
O corpo, nu da cintura para cima e vestido com calça bege, está sobre um colchão sujo de sangue colocado no chão de um freezer vazio, do tamanho de um cômodo, onde restaurantes e lojas normalmente mantêm produtos perecíveis. Marcas de disparos são visíveis do lado esquerdo de sua cabeça - com a bala ainda alojada, de acordo com um médico - e no centro do peito e estômago.
Bashir Ali, um comandante de operações militares de Misrata, disse que o enterro seria em um local secreto para evitar ataques de retaliação. De acordo com a BBC, há até especulações de enterrá-lo no mar, como aconteceu com o líder da Al-Qaeda, Osama bin Laden, para evitar que seu túmulo se torne local de peregrinação.
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