Perícia mostra que bala na cabeça matou ex-ditador, afirma premiê líbio. Coronel morreu durante ataque a comboio que tentava fugir de Sirte.
O ex-ditador líbio Muammar Kadhafi morreu nesta quinta-feira (20) vítima de um tiro na cabeça durante um tiroteio entre seus combatentes e homens fiéis ao novo governo, pouco após sua captura, segundo autoridades do Conselho Nacional de Transição (CNT), o governo provisório da Líbia.
Não houve ordem para matar Kadhafi, disseram eles em entrevista em Trípoli, capital do país.
Ataque a comboio
Kadhafi foi atacado próximo à sua cidade-natal, Sirte, quando integrava um comboio que sofria ataque aéreo da Otan enquanto tentava fugir.
O comboio foi parado por um ataque aéreo francês, e depois abordado por tropas do novo governo líbio que estavam em solo.
O premiê líbio, Mahmoud Jibril, citando um laudo pericial, disse que Kadhafi morreu vítima de uma bala na cabeça, durante o fogo cruzado.
"Kadhafi foi tirado de uma tubulação", disse Jibril. "Ele não mostrou resistência. Quando começamos a andar com ele, ele foi atingido por uma bala em seu braço direito, e quando o colocamos na caminhonete ele não tinha outros ferimentos."
Um combatente do novo governo líbio, ouvido pela Reuters, disse que Kadhafi gritou "Não atire! Não atire!" ao ser descoberto. Mas não havia confirmação disso.
"Quando o carro se moveu, ele foi atingido no fogo cruzado entre os revolucionários e forças de Kadhafi", disse Jibril.
O coronel estava vivo quando foi tirado do local, mas morreu minutos antes de chegar ao hospital, sempre segundo o laudo.
Vídeos
Imagens feitas por telefone celular mostraram Kadhafi ferido sendo carregado por combatentes e também seu corpo sendo arrastado pelo chão.
Ainda não estava claro o que seria feito do corpo de Kadhafi, que está em Misrata.
Transição democrática
O CNT -que assumiu o governo do país desde a queda de Kadhafi, no final de agosto -disse que o anúncio da criação de um novo governo transitório e o começo da transição democrática vão ser anunciados no sábado (22) em Benghazi, cidade em que começou a rebelião anti-Kadhafi, em meados de fevereiro.
O conselho também confirmou que Muatassim, um dos filhos de Kadhafi, foi morto e teve seu corpo levado à cidade de Misrata. Mas o governo transitório líbio não sabe se outro filho de Kadhafi, Saif al-Isral, foi morto ou capturado vivo.
A morte de Kadhafi encerra oito meses de rebelião contra seu regime de 42 anos, iniciada em fevereiro deste ano na cidade de Benghazi.
Ela colocou a Líbia em uma violenta guerra civil e em crise humanitária, provocando milhares de mortes.
Desde o fim de agosto Kadhafi estava desaparecido. Derrubado do poder após a tomada da capital, Trípoli, ele prometia reagir às tropas do CNT.
Tomada de Sirte
A cidade de Sirte, último foco de resistência dos combatentes kadhafistas, foi tomada definitivamente pelos rebeldes nesta quinta, após semanas de cerco e resistência dos combatentes pró-Kadhafi.
A TV Líbia Livre chegou a divulgar que, na ação, haviam sido presos Muatassim, um dos filhos do coronel, além de Mansur Dau e Abdala Senusi, dos serviços de inteligência. Os rebeldes depois confirmaram que Muatassim foi morto em Sirte.
Já o médico Abdu Rauf disse à France Presse que o ex-ministro de Defesa do regime deposto, Abubakr Yunes Jaber, também morreu na ação.
Comemoração
Os rebeldes e a população comemoraram a notícia da captura e, logo depois, da morte de Kadhafi, nas ruas das principais cidades líbias.
Repercussão
O presidente dos EUA, Barack Obama, disse que a morte de Kadhafi era o fim de um "capítulo longo e doloroso" da história líbia. O democrata ofereceu ajuda americana na transição do país à democracia.
Em Angola, a presidente do Brasil, Dilma Rousseff, disse que a morte não deveria ser comemorada, mas que a transição democrática líbia deve ser apoiada.
Desaparecido
Kadhafi, derrubado após a tomada da capital, Trípoli, no fim de agosto, estava desaparecido desde então, e prometia reagir às tropas do CNT, que tenta, com apoio das potências ocidentais, reorganizar o país na transição para a democracia.
Kadhafi era procurado pelo Tribunal Penal Internacional de Haia, da ONU, por crimes contra a humanidade cometidos durante a repressão aos rebeldes.
O CNT havia garantido, em várias ocasiões, que pretendia levar o coronel e seus aliados a julgamento no próprio país.
Iniciada em meados de fevereiro na cidade de Benghazi, a rebelião contra o ex-ditador colocou a Líbia em uma violenta guerra civil e em crise humanitária, que provocou milhares de mortes. Com o apoio aéreo da Otan, obtido por resolução do Conselho de Segurança da ONU, os rebeldes lutaram em várias frentes para tentar derrubar o regime, que resistiu com violência.
Após idas e voltas no campo de batalha, os rebeldes finalmente tomaram a capital, Trípoli, no fim de agosto. Desde então, focos de resistência foram combatidos, principalmente nas cidades de Bani Walid e Sirte.
O CNT afirmava que só começaria o novo governo transitório após debelar totalmente a resistência kadhafista.
A rebelião contra Kadhafi começou no contexto da chamada Primavera Árabe, série de movimentos pró-democracia que também derrubou governos na Tunísia e no Egito e abala atualmente os regimes ditatoriais no Iêmen e na Síria.
Não houve ordem para matar Kadhafi, disseram eles em entrevista em Trípoli, capital do país.
Ataque a comboio
Kadhafi foi atacado próximo à sua cidade-natal, Sirte, quando integrava um comboio que sofria ataque aéreo da Otan enquanto tentava fugir.
O comboio foi parado por um ataque aéreo francês, e depois abordado por tropas do novo governo líbio que estavam em solo.
O premiê líbio, Mahmoud Jibril, citando um laudo pericial, disse que Kadhafi morreu vítima de uma bala na cabeça, durante o fogo cruzado.
"Kadhafi foi tirado de uma tubulação", disse Jibril. "Ele não mostrou resistência. Quando começamos a andar com ele, ele foi atingido por uma bala em seu braço direito, e quando o colocamos na caminhonete ele não tinha outros ferimentos."
Um combatente do novo governo líbio, ouvido pela Reuters, disse que Kadhafi gritou "Não atire! Não atire!" ao ser descoberto. Mas não havia confirmação disso.
"Quando o carro se moveu, ele foi atingido no fogo cruzado entre os revolucionários e forças de Kadhafi", disse Jibril.
O coronel estava vivo quando foi tirado do local, mas morreu minutos antes de chegar ao hospital, sempre segundo o laudo.
Vídeos
Imagens feitas por telefone celular mostraram Kadhafi ferido sendo carregado por combatentes e também seu corpo sendo arrastado pelo chão.
Ainda não estava claro o que seria feito do corpo de Kadhafi, que está em Misrata.
Transição democrática
O CNT -que assumiu o governo do país desde a queda de Kadhafi, no final de agosto -disse que o anúncio da criação de um novo governo transitório e o começo da transição democrática vão ser anunciados no sábado (22) em Benghazi, cidade em que começou a rebelião anti-Kadhafi, em meados de fevereiro.
O conselho também confirmou que Muatassim, um dos filhos de Kadhafi, foi morto e teve seu corpo levado à cidade de Misrata. Mas o governo transitório líbio não sabe se outro filho de Kadhafi, Saif al-Isral, foi morto ou capturado vivo.
A morte de Kadhafi encerra oito meses de rebelião contra seu regime de 42 anos, iniciada em fevereiro deste ano na cidade de Benghazi.
Ela colocou a Líbia em uma violenta guerra civil e em crise humanitária, provocando milhares de mortes.
Desde o fim de agosto Kadhafi estava desaparecido. Derrubado do poder após a tomada da capital, Trípoli, ele prometia reagir às tropas do CNT.
Tomada de Sirte
A cidade de Sirte, último foco de resistência dos combatentes kadhafistas, foi tomada definitivamente pelos rebeldes nesta quinta, após semanas de cerco e resistência dos combatentes pró-Kadhafi.
A TV Líbia Livre chegou a divulgar que, na ação, haviam sido presos Muatassim, um dos filhos do coronel, além de Mansur Dau e Abdala Senusi, dos serviços de inteligência. Os rebeldes depois confirmaram que Muatassim foi morto em Sirte.
Já o médico Abdu Rauf disse à France Presse que o ex-ministro de Defesa do regime deposto, Abubakr Yunes Jaber, também morreu na ação.
Comemoração
Os rebeldes e a população comemoraram a notícia da captura e, logo depois, da morte de Kadhafi, nas ruas das principais cidades líbias.
Repercussão
O presidente dos EUA, Barack Obama, disse que a morte de Kadhafi era o fim de um "capítulo longo e doloroso" da história líbia. O democrata ofereceu ajuda americana na transição do país à democracia.
Em Angola, a presidente do Brasil, Dilma Rousseff, disse que a morte não deveria ser comemorada, mas que a transição democrática líbia deve ser apoiada.
Desaparecido
Kadhafi, derrubado após a tomada da capital, Trípoli, no fim de agosto, estava desaparecido desde então, e prometia reagir às tropas do CNT, que tenta, com apoio das potências ocidentais, reorganizar o país na transição para a democracia.
Kadhafi era procurado pelo Tribunal Penal Internacional de Haia, da ONU, por crimes contra a humanidade cometidos durante a repressão aos rebeldes.
O CNT havia garantido, em várias ocasiões, que pretendia levar o coronel e seus aliados a julgamento no próprio país.
Iniciada em meados de fevereiro na cidade de Benghazi, a rebelião contra o ex-ditador colocou a Líbia em uma violenta guerra civil e em crise humanitária, que provocou milhares de mortes. Com o apoio aéreo da Otan, obtido por resolução do Conselho de Segurança da ONU, os rebeldes lutaram em várias frentes para tentar derrubar o regime, que resistiu com violência.
Após idas e voltas no campo de batalha, os rebeldes finalmente tomaram a capital, Trípoli, no fim de agosto. Desde então, focos de resistência foram combatidos, principalmente nas cidades de Bani Walid e Sirte.
O CNT afirmava que só começaria o novo governo transitório após debelar totalmente a resistência kadhafista.
A rebelião contra Kadhafi começou no contexto da chamada Primavera Árabe, série de movimentos pró-democracia que também derrubou governos na Tunísia e no Egito e abala atualmente os regimes ditatoriais no Iêmen e na Síria.
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