O comandante geral do Corpo de Bombeiros, Raimundo Américo Furtado de Miranda, informou na manhã de ontem (20) depende de uma decisão do governador Camilo Capiberibe, oficializar as convocações dos aprovados no concurso público realizado em 2010. Foram 32 vagas destinadas ao Corpo de Bombeiros e mais 12 à Polícia Militar. Os aprovados ainda precisarão passar por mais duas fases que incluem os testes de aptidão física e análise documental. A impaciência dos 44 concursados é justificada pela falta de definição do governo sobre o futuro das contratações.
O prazo de validade do concurso expira no mês de agosto. Além das organizações militares, o governo também colocou a disposição vagas para a Secretaria de Inclusão e Mobilização Social (Sims) e o Instituto de Administração Penitenciária (Iapen). O jornal a Gazeta acompanha a peregrinação do grupo de aprovados desde o mês de Maio, quando eles entraram com um pedido de informações no Departamento de Pessoal da Secretaria de Administração (SEAD). Sem ter recebido qualquer comunicação oficial da secretaria, eles procuraram o Ministério Público Estadual para tentar ingressar com a solicitação na justiça. Mas no início deste mês, a conversa mudou após o representante dos concursados, Gabriel Baia de Souza ter denunciado o caso ao vivo em um programa de TV, quando era entrevistado o governador Camilo Capiberibe. Gabriel questionou a homologação dos aprovados para a Sims e o Iapen, mencionando a indefinição para o caso dele e dos demais concursados. Para ganhar tempo, o governador deslocou a tarefa de discriminar as necessidades da corporação ao comandante do Corpo de Bombeiros. Depois teria afirmado que as convocações dependiam apenas de um pedido formal do coronel Miranda.
Após este anúncio, o grupo de aprovados tem sido visto com frequência no gabinete do Comando. No dia 09 de julho, eles encaminharam um pedido formal ao coronel e foram informados de que teriam uma resposta após o dia 14 de julho. Em conversa com dois representantes do grupo de aprovados, Gabriel Baia de Souza e Manoel Silva dos Santos, o comandante mostrou cópia do documento enviado ao Setentrião na terça-feira (19). O ofício n° 840 de 18 de julho deste ano, o coronel afirma que há interesse do Comando em efetivar as contratações e ainda, pede encaminhamento para as demais fases do concurso. “Considerando que há vagas suficientes para ingresso dos candidatos na Lei de Organização Básica – LOB do Corpo de Bombeiros Militar do Amapá, n° 0901 de 01 de julho de 2005”. O documento ainda expõe: “Diante do exposto, informo a Vossa Senhoria que este comando é de parecer favorável para o prosseguimento das demais fases do concurso e convocação dos candidatos aprovados”.
Enquanto buscavam informações na Sead, Gabriel e o grupo de aprovados ouviram especulações quanto ao estudo de disponibilidade orçamentária do Comando para ratificar os pedidos de admissões. O secretário de Estado da Administração, Sebastião Cristóvam Magalhães chegou a confirmar esta informação, dizendo que os aprovados para a Sims e o Iapen só foram admitidos após a análise de impacto financeiro. O receio dos concursados é que o governador desista das homologações e eles sejam prejudicados. “O que a gente precisa é apenas uma resposta concreta. Nós temos tentado buscar explicações convincentes”, reclama o representante dos concursados Gabriel Baia de Souza.
Na certeza de que o concurso fosse validado no início do ano, Manoel Silva dos Santos abandonou o emprego, onde recebia remuneração pouco maior a um salário mínimo. Agora, ele não tem renda para sustentar a esposa e os filhos.
O Palácio do Setentrião tem até o dia 29 de julho para encaminhar resposta ao documento enviado pelo comando. Enquanto isso, Gabriel e os outros concursados torcem por um posicionamento favorável do governo do Estado, que resolva de vez o impasse.
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