Estudo realizado entre os dias 14 e 18 de julho identifica que as pessoas menos incomodadas são as mulheres, os mais jovens, os mais escolarizados e as classes mais altas
Jéssica Alves
Mais da metade da população brasileira ainda não concorda com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que reconheceu a união entre casais do mesmo sexo, ocorrida em maio deste ano. Segundo números do instituto Ibope Inteligência, divulgado na quinta-feira (28), 55% dos brasileiros são contra o casamento homossexual.
Um total de 2.002 pessoas com mais de 16 anos de todas as regiões do país compuseram o grupo de entrevistados. A margem de erro amostral é de dois pontos percentuais. O estudo, realizado entre os dias 14 e 18 de julho, identifica que as pessoas menos incomodadas com o tema são as mulheres, os mais jovens, os mais escolarizados e as classes mais altas.
Sobre a decisão do STF, 63% dos homens e 48% das mulheres são contra. Entre os jovens de 16 a 24 anos, 60% são favoráveis, enquanto 73% dos maiores de 50 anos são contrários. Considerando a escolaridade, 68% das pessoas com a quarta série do fundamental são contra a decisão, enquanto apenas 40% da população com nível superior compartilham a opinião.
Nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, 60% são contra. Já no Sul a proporção cai para 54% e, no Sudeste, 51%. Questionados se aprovam a adoção de crianças por casais do mesmo sexo, a proporção de pessoas contrárias é a mesma dos que não querem a união gay: 55%.
Cotidiano
Apesar da maioria contrária à união gay, a pesquisa revela que o brasileiro, de modo geral, é tolerante com homossexuais em seu dia-a-dia. Referindo-se à amizade, 73% dos brasileiros consideram que essa hipótese não os afastariam de pessoas próximas, 24% disseram que se afastariam muito ou pouco e 2% não tinham opinião formada.
Em relação à aceitação de homossexuais trabalharem como médicos no serviço público, policiais ou professores de ensino fundamental, 14% são total ou parcialmente contra gays trabalharem como médicos, 24% como policiais e 22% como professores. Os brasileiros que são parcial ou totalmente favoráveis somam 84% dos entrevistados para o caso de médicos, 74% para policiais e 76% para professores.
"Os dados mostram que, de uma maneira geral, o brasileiro não tem restrições em lidar com homossexuais no seu dia a dia, tais como profissionais ou amigos que se assumam homossexuais. Mas ainda se mostra resistente a medidas que possam denotar algum tipo de apoio da sociedade a essa questão, como o caso da institucionalização da união estável ou o direto à adoção de crianças", afirma Laure Castelnau, diretora do Ibope Inteligência. (Com informações do site G1).
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