A quadrilha composta por seis criminosos matou o cachorro da chácara, deixou os caseiros amarrados e fugiu levando cerca de R$ 8 mil em jóias e e
letro eletrônicos
Elen Costa
Como se não baste à onda de roubos que assola a capital amapaense, os bandidos agora resolveram migrar para o interior do estado. Talvez a insegurança, confirmada pelos moradores dessas regiões, seja o principal atrativo para os criminosos. Certos de que o efetivo de policiais nessa área é deduzido, e que uma única viatura é usada para fazer rondas em pelo menos três localidades, eles agem sem temor algum. Causando pânico e terror em famílias inteiras.
Na noite desta terça-feira (19), um desses casos aconteceu na localidade de Abacate da Pedreira – distante a cerca de 30 km de Macapá. Por volta das 23h, seis homens invadiram a chácara de propriedade do agente distrital, Manoel Correia, de 64 anos, mas conhecido pela comunidade como “Manduca”, e fizeram a família do caseiro dele de refém. Por mais três horas a quadrilha ficou dentro do imóvel vasculhando a casa inteira em busca de dinheiro.
Segundo informações de Cleide Miranda, de 25 anos, ela, o esposo, os quatro filhos – crianças entre dois e sete anos de idade –, e o ajudante do sítio, foram surpreendidos pelo bando quando estavam dormindo. Os seis homens, armados com três revólveres e duas facas, ainda mataram um cachorro da raça rottweiller, dando chumbinho (veneno de rato) para o animal. “Nós ainda ouvimos o cachorro latir. Meu marido levantou duas vezes e foi ver o que tava acontecendo, mas não viu ninguém. Daí o cão parou de latir e nós voltamos a dormir. Quando vimos eles já estavam dentro de casa. Só um deles usava um capuz”, lembrou Cleide.
Ela foi amarrada a cama com um carregador de telefone celular. O ajudante do caseiro também foi preso com um pedaço de toalha. Já o marido dela foi levado pela quadrilha para a casa principal da chácara. Lá os bandidos o espancaram e vasculharam todo o imóvel em busca de dinheiro. De acordo com a vítima, durante toda a ação criminosa, eles perguntavam por Manduca e Maria do Carmo Correia, de 62 anos, a esposa dele. Depois que encontraram o cofre – localizado na parede do banheiro –, os assaltantes quebraram o telefone via satélite da casa – para evitar que as vítimas entrassem em contato com a polícia –, e fugiram levando jóias, uma TV de plasmas de 42’, e um aparelho de som. Prejuízo estimado em R$ 8 mil.
Ainda segundo as declarações das vítimas, o filho mais velho do casal – um garoto de apenas sete anos –, foi quem desamarrou a mãe depois que os criminosos foram embora com o auxílio de um automóvel. Cleide então liberou o outro rapaz, e em seguida gritou para o marido, para confirmar se o bando não estava mas lá. Ela o encontrou amordaçado no quarto dos patrões. Com dificuldades, o caseiro conseguiu chegar à vila da localidade e informar o acontecido a Manduca. Ele e os filhos acionaram a Polícia Militar (PM). Uma guarnição do 2° Batalhão, comandada pelo tenente Macedo, realizou várias diligências nas redondezas, mas ninguém foi preso. Alguns suspeitos chegaram a ser detidos e elevados para reconhecimento. Porém, foram liberados após as negativas.
Durante a tarde, o caseiro esteve na Polícia Técnico-Científica (Politec) fazendo junto com os peritos, o retrato falado de um dos homens. A vítima informou a polícia, que horas antes do fato, ele viu um dos criminosos quando foi compra açúcar em um estabelecimento comercial na vila do Abacate da Pedreira.
Em entrevista a reportagem do Jornal a Gazeta, Manduca contou que por sorte não estava em casa. Ele disse que reside na região há 25 anos, e que nunca havia passado por uma situação semelhante. “Minha cunhada adoeceu e acabamos ficando em Macapá mesmo. Acredito que eles estavam nos esperando na porteira. Como não chegamos decidiram entrar. Sempre houve furto de gados, porcos, e outros animais. Mas todo esse tempo em que moro aqui com minha esposa, nunca passei por uma situação dessas. Trabalhamos tanto para construir nosso cantinho num lugar sossegado, e agora teremos que nos desfazer de tudo, pois não temos condições de continuar aqui. Não tem segurança. A base da PM fica em Santo Antônio. Só tem uma viatura que atende essas comunidades todas aqui de perto. Eles não tem rádio, nem telefone”, desabafou.
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