Depois de 35 anos trabalhando como taxista, Reinaldo Silva, de 55 anos,
finalmente conseguiu na manhã desta quarta-feira (15) a posse
definitiva da concessão do serviço de táxi em Macapá. Ao longo do tempo
em que roda pelas ruas e avenidas da cidade, ele avalia a entrega da
posse como "a principal mudança" na carreira de taxista. Reinaldo diz
gostar tanto da profissão que até chegou a influenciar dois dos três
filhos a seguirem o mesmo ramo.
"Sempre foi um prazer rodar pela cidade de Macapá. Eu iniciei a minha
vida profissional como taxista e não larguei mais. (...) Sustentei a
minha família com o dinheiro das corridas e até cheguei a pagar a
faculdade de uma filha, que se formou em enfermagem. Também tenho dois
filhos que seguiram a minha carreira. A concessão definitiva foi a
principal mudança na nossa carreira e agora que eu não largo a
profissão", contou Reinaldo, antes de ter em mãos o documento da posse.
O taxista foi um dos 623 profissionais que receberam na manhã desta
quarta-feira a concessão definitiva da placa. Em caso de morte ou
impossibilidade de exercer a atividade, a placa poderá ser repassada a
um membro da família. Antes a concessão era devolvida ao município.
A medida faz parte de um decreto de 2013 da prefeitura de Macapá, que garantiu a posse a mais de 600 dos 925 taxistas da capital. Apenas 302 tinham o benefício.
Para o taxista Cássio Clay, de 40 anos, a medida dá mais segurança no
trabalho. "A família vai continuar com uma fonte de renda mesmo em caso
de algum problema que faça eu parar de trabalhar porque consigo manter
minha família e as despesas do táxi com o dinheiro da profissão",
assegurou.
O presidente do Sindicato dos Taxistas (Sintaxi) Rizonilson Barros
explicou que os profissionais também possuem demais pautas de
reivindicações para a classe, a exemplo da fiscalização do transporte
clandestino e construção de mais pontos de táxi na cidade.
"Precisamos de pontos em frente a boates porque se temos campanhas que
incentivem o uso de táxi, devemos dar melhores condições aos
passageiros", afirmou Barros.
A presidente da Companhia de Trânsito e Transporte de Macapá (CTMac)
Cristina Baddini garantiu que haverá rodadas de diálogos com os taxistas
para saber reivindicações da classe que podem ser atendidas em 2014.
"Iniciamos as conversas com o sindicato e vamos estendê-las a todos os
profissionais. Por causa das campanhas educativas, a população acaba
usando mais o serviço de táxi. Então vamos buscar a melhor maneira de
resolver esses problemas neste ano", disse Cristina.
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