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quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Capitania conclui causas de naufrágio que matou 18 pessoas no AP

Embarcação naufragou na orla de Macapá, próximo ao Farol da Praticagem (Foto: Reprodução/TV Amapá)O naufrágio do Reis I que matou 18 pessoas em Macapá no dia 12 de outubro de 2013, no Rio Amazonas, foi provocado por excesso de peso no lado direito da embarcação, conforme conclusão do inquérito administrativo da Capitania dos Portos. A afirmação é com base no testemunho de 19 sobreviventes do naufrágio. O documento já foi encaminhado ao Tribunal Marítimo, que analisará se houve responsabilidade de alguém no acidente fluvial.
As investigações da capitania também identificaram que não houve colisão, alagamento, explosão e nem problemas no motor ou na parte elétrica da embarcação.

Carlos Neves, Capitão dos Portos do Amapá (Foto: John Pacheco/G1)“Ela virou por instabilidade em um dos lados. Não chegamos à causa dessa instabilidade porque existem diversos fatores para que ela tenha ocorrido”, disse o comandante da Capitania dos Portos no Amapá, capitão Carlos Neves.
De acordo com o inquérito, a instabilidade fez a embarcação inclinar para o lado esquerdo, provocando o deslocamento dos passageiros para o lado oposto. “Quando todos foram para a direita, o barco voltou à posição normal naturalmente. Mas como os passageiros estavam em apenas um lado, a embarcação virou. Ou seja, houve distribuição irregular do peso a bordo”, explicou o capitão Carlos Neves.

Populares ajudam no resgate das vítimas (Foto: Reprodução/TV Amapá)O inquérito da Capitania dos Portos também concluiu que o comandante da embarcação não estava na cabine de comando.
“As pessoas não conseguiram apontar quem estava no comando no momento em que a embarcação virou. O comandante não era, porque ele foi encontrado no parque de máquinas. (...) Uma coisa é fato, o ato do comandante sair da cabine implica em assumir uma responsabilidade porque ele é o responsável pela segurança da embarcação”, afirmou Neves.
 
Naufrágio
A embarcação Reis I naufragou por volta de 10h30 de 12 de outubro, quando participava do Círio Fluvial, evento que antecede o Círio de Nazaré, em Macapá.

Barco foi içado na noite de segunda-feira (14) para ser ancorado no Igarapé da Fortaleza, em Santa (Foto: Dyepeson Martins/G1)
Segundo a Capitania dos Portos, a embarcação estava com a capacidade de passageiros dentro do permitido, com 43 pessoas, divergindo da lista de 63 passageiros divulgada pelo Sindicato dos Servidores Público do Amapá (Sindsep), responsável por alugar o barco.
O Corpo de Bombeiros Militar do Amapá encerrou as buscas às vítimas do naufrágio no dia 15 de outubro, quando os 2 últimos corpos foram encontrados presos dentro da embarcação.
A Comissão Nacional da Igualdade da Confederação Nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) ingressou em 25 de outubro com uma representação no Ministério Público Federal no Amapá (MPF/AP) contra a Capitania dos Portos, governo do estado e Sindsep. A entidade acredita ter havido prática de homicídio culposo pelos respectivos órgãos.

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