O naufrágio do Reis I que matou 18 pessoas em Macapá no dia 12 de outubro de 2013, no Rio Amazonas, foi
provocado por excesso de peso no lado direito da embarcação, conforme
conclusão do inquérito administrativo da Capitania dos Portos. A
afirmação é com base no testemunho de 19 sobreviventes do naufrágio. O
documento já foi encaminhado ao Tribunal Marítimo, que analisará se
houve responsabilidade de alguém no acidente fluvial.
As investigações da capitania também
identificaram que não houve colisão, alagamento, explosão e nem
problemas no motor ou na parte elétrica da embarcação.
“Ela virou por instabilidade em um
dos lados. Não chegamos à causa dessa instabilidade porque existem
diversos fatores para que ela tenha ocorrido”, disse o comandante da
Capitania dos Portos no Amapá, capitão Carlos Neves.
De acordo com o inquérito, a
instabilidade fez a embarcação inclinar para o lado esquerdo, provocando
o deslocamento dos passageiros para o lado oposto. “Quando todos foram
para a direita, o barco voltou à posição normal naturalmente. Mas como
os passageiros estavam em apenas um lado, a embarcação virou. Ou seja,
houve distribuição irregular do peso a bordo”, explicou o capitão Carlos
Neves.
O inquérito da Capitania dos Portos também concluiu que o comandante da embarcação não estava na cabine de comando.
“As pessoas não conseguiram apontar
quem estava no comando no momento em que a embarcação virou. O
comandante não era, porque ele foi encontrado no parque de máquinas.
(...) Uma coisa é fato, o ato do comandante sair da cabine implica em
assumir uma responsabilidade porque ele é o responsável pela segurança
da embarcação”, afirmou Neves.
Naufrágio
A embarcação Reis I naufragou por volta de 10h30 de 12 de outubro, quando participava do Círio Fluvial, evento que antecede o Círio de Nazaré, em Macapá.
A embarcação Reis I naufragou por volta de 10h30 de 12 de outubro, quando participava do Círio Fluvial, evento que antecede o Círio de Nazaré, em Macapá.
Segundo a Capitania dos Portos, a
embarcação estava com a capacidade de passageiros dentro do permitido,
com 43 pessoas, divergindo da lista de 63 passageiros divulgada pelo
Sindicato dos Servidores Público do Amapá (Sindsep), responsável por
alugar o barco.
O Corpo de Bombeiros Militar do Amapá
encerrou as buscas às vítimas do naufrágio no dia 15 de outubro, quando
os 2 últimos corpos foram encontrados presos dentro da embarcação.
A Comissão Nacional da Igualdade da Confederação Nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) ingressou em 25 de outubro com uma representação no Ministério Público Federal no Amapá (MPF/AP)
contra a Capitania dos Portos, governo do estado e Sindsep. A entidade
acredita ter havido prática de homicídio culposo pelos respectivos
órgãos.
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