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terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Arrecadação de Macapá representa 15% do orçamento do município

Arrecadação do município representa apenas 15% do orçamento de Macapá (Foto: Abinoan Santiago/G1) Com uma população estimada de 437.256 habitantes, Macapá está prestes a completar 256 anos, em 4 de fevereiro, e participa de uma série de reportagens do G1 sobre a cidade. Apesar da longa história, a terceira capital mais antiga do Norte do país ainda não consegue se auto-sustentar com a receita própria obtida pelo Município. Do orçamento de R$ 520 milhões de 2013, por exemplo, que ainda está em execução, a arrecadação de Macapá compõe apenas 15,6%  do montante, segundo dados da prefeitura.
Com uma participação pequena da receita no orçamento de Macapá, a prefeitura da capital busca outras formas de manter-se. A principal fonte de recursos do município é oriundo dos cofres da União, responsável por 44,1% do dinheiro disponível no erário municipal, com R$ 229 milhões. Repasses efetuados pelo estado são a segunda maior fonte, com 23,9%, representando R$ 124 milhões. O restante é dividido em demais transferências.
Economista Charles Chelala mensurou perdas do FPE para o Amapá (Foto: Abinoan Santiago/G1) 
Para o secretário de governo da prefeitura de Macapá Charles Chelala, um dos motivos que faz Município arrecadar pouco é a cultura da população em deixar de quitar os tributos.
"Nunca foi realizado um trabalho de conscientização do IPTU [Imposto Predial e Territorial Urbano] e também existe um fator de acomodação do Município, que nunca cobrou de forma firme", justificou Chelala.
A falta de costume do macapaense em não pagar imposto resultou em uma dívida tributária de R$ 180 milhões, conforme levantamento feito pela prefeitura. O valor foi calculado entre os anos de 2008 e 2012. Para ajudar a alavancar a arrecadação, foi adotada uma Nova Política Municipal de Fiscalização, com o lançamento do Programa de Recuperação Fiscal (Refis). A iniciativa oferece descontos de até 100% para as multas geradas pela falta de pagamentos do IPTU, Imposto Sobre Serviços (ISS), Alvará de Funcionamento e outros encargos.
 
Secretário de Finanças Paulo Mendes diz que em dezembro as cobranças serão das dívidas de 2008 (Foto: Abinoan Santiago/G1)A medida começou a mostrar resultado, conforme dados da prefeitura de Macapá. A arrecadação da dívida ativa tributária quitada por contribuintes cresceu 96%. O secretário de Finanças Paulo Mendes informou que a receita própria do município teve um crescimento de 20% em 2013, representando R$ 11 milhões a mais ante o ano anterior, que arrecadou pouco mais de R$ 50 milhões.
No entanto, a cifra ainda é considerada mínima dentro dos gastos do município. No orçamento de 2014, por exemplo, que foi aprovado em R$ 639 milhões, o déficit de Macapá foi calculado em R$ 180 milhões.

"Para que nós pudéssemos resolver todas as necessidades de investimentos previstos, teríamos que possuir mais R$ 200 milhões, pelo menos, no orçamento em relação ao que possuímos atualmente. Mas isso não inviabiliza o funcionamento do município", afirmou Charles Chelala.
Para fazer a máquina municipal funcionar, a prefeitura de Macapá aguarda liberação de recursos federais.
"Por mais que aumentemos a arrecadação, vamos precisar de recursos federais. Já temos garantidos R$ 32 milhões em emendas parlamentares para serem executadas obrigatoriamente em 2014. Mais da metade disso vai para a saúde", adiantou Chelala.

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