O canteiro de obras onde é construída a Unidade de Segurança Pública dos bairros Araxá e Pedrinhas, na Zona Sul de Macapá,
virou uma lixeira pública a céu aberto. Os resíduos acumulados pelos
próprios moradores da região são decorrentes da precariedade na coleta
de lixo, conforme afirmou o pintor João dos Santos, de 48 anos, que mora
no bairro Araxá.
"A limpeza nunca é feita aqui ,então os moradores transformaram o lugar
em uma lixeira porque não têm outra alternativa. O fedor é muito forte,
sem contar a presença de animais. A nossa comunidade enfrenta esses
problemas há pelo menos dois meses, mas não podemos mais aguentar isso",
protestou Santos.
A construção da unidade iniciou em 2012 com previsão de entrega para o
dia 26 de abril de 2013. Moradores reclamam do atraso nos trabalhos.
Eles dizem que ficam reféns da violência urbana e enfrentam problemas de
saúde.
"Quem está sofrendo com isso é a comunidade. A obra está em ritmo lento
e a coleta de lixo é precária. E a população, como fica? Nós sabemos
que a cidade enfrenta problemas com a empresa que executa esses
serviços, mas segurança e saúde são nossos direitos e vamos
reivindicá-los", reclamou o presidente do Conselho de Segurança dos
Bairros Araxá e Pedrinhas Mirchelon Medonça.
O G1 tentou contato com a Secretaria de Estado da Infraestrutura (Seinf), mas não teve retorno das ligações.
O secretário municipal de Manutenção Urbanística José Mont'alverne
afirmou que a coleta de lixo no bairro Araxá está sendo executada
normalmente. "É uma questão de consciência da população. Não adianta nós
irmos lá e executarmos a coleta se no outro dia os próprios moradores
enchem o local de lixo", ressaltou o secretário.
Coleta da lixo
Na sexta-feira (10), a Justiça expediu decisão pedindo a anulação do
contrato firmado entre a prefeitura de Macapá e uma nova empresa que
iria realizar a coleta de lixo no município a partir de 1º fevereiro. A
contratação da empresa, que é do Pará, foi realizada após a Justiça
acatar, por três vezes, a suspensão do processo licitatório em 2013.
No contrato assinado entre a prefeitura e a nova empresa são
estabelecidos 27 itens de manutenção urbanística no valor de R$ 56
milhões, para um prazo de dois anos. A atual empresa realiza apenas sete
serviços e trabalha com contrato emergencial. "Ainda não conseguimos
contratar uma empresa que consiga fazer os serviços com qualidade",
declarou Mont' Alverne.
0 comentários:
Postar um comentário