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segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Macapaense é conservador em temas polêmicos, aponta pesquisa

Pesquisa ouviu 420 pessoas no período de 7 a 14 de janeiro (Foto: John Pacheco/G1) Uma pesquisa realizada entre os dias 7 e 14 de janeiro de 2014 mostra que a população de Macapá é conservadora em relação a assuntos polêmicos. Na capital amapaense, que completa 256 anos em 4 de fevereiro, há resistência para debates sobre legalização da maconha, aborto e casamento homoafetivo. O estudo foi realizado pelo curso de secretariado executivo da Universidade Federal do Amapá (Unifap) e entrevistou 420 pessoas, abrangendo um universo de 327.712 habitantes de Macapá. A margem de erro é de 4,78%.
O coordenador da pesquisa, o professor universitário Antônio Teles, disse que o estudo destacou a população de Macapá como conservadora por causa do resultado em alguns itens propostos.

Coordenador da pesquisa Antônio Teles, da Unifap (Foto: Abinoan Santiago/G1) Quando perguntados sobre a legalização da maconha, 81% dos macapaenses responderam ser contrários à medida. Outro dado conservador observado diz respeito à crença e religião. 85% dos entrevistados disseram que acreditar em Deus torna as pessoas melhores.
Em questões mais polêmicas, a exemplo do casamento homoafetivo e pena de morte, o macapaense se mostrou dividido. Dos entrevistados, 51% responderam ser contrários ao matrimonio entre homossexuais. Sobre a pena de morte, as opções contra e a favor ficaram com 50%, cada.
No item que colocou a legalização do aborto em questão, 46% dos macapaenses posicionaram-se contrários. A prática em determinados casos, como acontece atualmente, foi aceita por 51% dos entrevistados. A favor em qualquer situação somou 3%.
"Apesar de a população ficar dividida nos quesitos pena de morte e casamento homoafetivo, o macapaense ainda é conservador em diversos assuntos, o que é natural para um estado pequeno e recém-criado. No caso da maioridade penal, por exemplo, a população é a favor da diminuição por causa do envolvimento cada vez mais cedo dos jovens em crimes", comentou Teles.

 Economia
A pesquisa também avaliou a visão econômica do macapaense. Em uma economia em que mais de 40% do Produto Interno Bruto (PIB) tem influência da administração pública, a pesquisa mostrou um pensamento diferente da população de Macapá sobre a dependência do governo.


Na pesquisa, 89% dos entrevistados responderam que quanto menos dependerem do governo, melhor será a própria vida econômica. O dado representou a vontade da população de ser autônoma, reforçada com outro item do estudo: a visão de mercado. 78% dos macapaenses disseram ser a favor do governo incentivar a entrada de novas empresas na capital.
Sobre o combate à pobreza, 82% responderam que a melhor medida para a erradicação seria a geração de emprego. Criação de programas sociais ficou com 18%.
Pesquisa
As respostas foram colhidas entre os dias 7 e 14 de janeiro, realizadas em sete pontos de grande fluxo de pessoas em Macapá. Todos os 420 entrevistados tinham ao menos 18 anos.
O estudo foi baseado com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os pesquisadores que trabalharam no estudo são da turma de 2011 do curso de secretariado executivo da Unifap. O treinamento deles aconteceu em 3 e 6 de janeiro de 2014. O trabalho também contou com a participação de demais professores do colegiado.
Segundo o coordenador do estudo, a necessidade de realizar uma pesquisa dessa natureza surgiu com a falta de dados sobre o estado e a capital amapaense. "O Amapá e a capital possuem poucos estudos sobre a opinião da população. As pesquisas em âmbito nacional não têm amostras locais", frisou Teles.

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