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sexta-feira, 18 de março de 2011

Marabaixo do Laguinho: Grupo Raimundo Ladislau começa a organizar o Ciclo do Marabaixo

A Associação Cultural Raimundo Ladislau é a primeira do Amapá a tomar iniciativa para garantir a independência dos grupos folclóricos no Ciclo do Marabaixo deste ano. Neste sábado, 19, eles promovem uma festa com sorteio de prêmios e apresentação do grupo do bairro Laguinho. Danniela Ramos, presidente, diz que a decisão de fazer a promoção é para que a festa do Ciclo continue dentro do padrão de qualidade, que é marca da Associação, sem depender integralmente do Governo do Estado, e ainda para inserir a promoção no calendário de homenagem ao padroeiro de Macapá.

Eles escolheram o sábado por ser o dia de São José e os moradores poderão contribuir e contar com mais uma opção cultural e de lazer na cidade. A programação inicia às 12:00 com sorteio de prêmios variados e som mecânico. A partir das 17:00 começa a parte cultural com apresentação do grupo Raimundo Ladislau, que reúne mais de 100 integrantes entre crianças, jovens, adultos e idosos. O grupo segue  a tradição e dança a maior identidade cultural do povo amapaense com a participação de todos os presentes. “Esta festa não é só para angariar recursos, iremos homenagear nosso padroeiro”, disse Danniela. 

Ciclo do Marabaixo- A festa anual inicia na Semana Santa e encerra no dia de Corpus Christi com as homenagens à Santíssima Trindade e Divino Espírito Santo. Eles são festejados por quatro grupos familiares tradicionais em dois bairros de Macapá e um na localidade de Campina Grande. Com o passar dos anos, a festa deixou de ser feita inteiramente pelas famílias que patrocinavam a festa em pagamento a uma promessa e começou a receber recursos do Governo do Estado.

Hoje a tradição continua com a derrubada dos mastros nas matas do Quilombo do Curiaú, levantamento deles com rodadas de marabaixo até o amanhecer regado a caldo e gengibirra, missa, novenas, bailes dançantes e a derrubada dos mastros. Mas a partir deste ano a proposta do governo é que o Estado dê apoio sem que os grupos dependam unicamente desse recurso.

A festa continua-“Continuaremos a investir na cultura, sem dúvida, mas não podemos arcar com todas as despesas. Hoje o marabaixo tem respaldo para manter a tradição durante o ano inteiro, fazer apresentações fora do Ciclo e do Encontro dos Tambores e se transformar em atrativo turístico. Estamos abertos, tanto quanto o Governo Federal e empresas, para  contribuir com projetos que promovam cultura e gerem renda o ano todo. A Danniela e seu grupo merecem da população todo o respeito pela iniciativa”, disse o secretário de Cultura, Zé Miguel.                

“Desde que foi criado sempre procuramos fazer promoções para garantir  roupas bonitas, coloridas, que tornem o marabaixo uma atração turística, sem perder nossa identidade. Agora, conscientes de que o Estado passa por dificuldades, vamos fazer mais promoções e com certeza neste Ciclo teremos o mesmo brilho. Continuaremos a tradição de oferecer caldo e gengibirra, mostrando o verdadeiro marabaixo feito pelo povo. Não dá pra dizer que o Ciclo não foi bonito por culpa do Governo, temos que resgatar a tradição das famílias, amigos e vizinhos fazerem a festa”, disse Danniela.   

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