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segunda-feira, 28 de março de 2011

Brasileiro é o campeão em desafio internacional de surf na pororoca

Surgido no Amapá em meados da década de 1990, o surf na pororoca vem ganhando visibilidade internacional e adeptos em vários países onde a prática do esporte tem grande notoriedade
Imagem
Fernando França
A pororoca do Rio Araguari vai ser tema de um documentário de uma rede de TV australiana (canal 7) que veio ao Amapá exclusivamente para a cobertura do primeiro desafio internacional de surf na pororoca, ocorrido entre os dias 17 e 21 últimos, na foz do Rio Araguari.  Surfistas da Austrália, Nova Zelândia, Estados Unidos, França, Espanha e Brasil, participaram do campeonato. O paraense Gilvandro Junior,  radicado no Rio de janeiro desde 2007, foi o campeão geral do evento que reuniu oito atletas nessa primeira etapa. A segunda ocorrerá em abril, durante a lua cheia, quando ocorre o fenômeno das “águas grandes”, ou melhor, do equinócio das águas.

Seria indigno dizer que oito atletas é pouco para um campeonato internacional por vários motivos. A cada ano o esporte vem ganhando volume, visibilidade e adeptos de várias partes do Planeta. Afinal, não é demais afirmar que a pororoca do Amapá é maior do mundo, com mais intensidade, mais volume d’água, mais longa, mais perigosa, mais voraz, mais... desafiadora. E vale ressalta que 2011 está sendo um ano agraciado pelo fenômeno da pororoca.  Os surfistas pegaram onda de até cinco metros de altura.

O surf na pororoca começou a ser praticado no Amapá em meados da década de 1990. Antes disso, o fenômeno empunhava medo – como até hoje ocorre – em moradores da região da foz do Araguari. Diziam ser loucura ou suicídio um jovem atleta se aventurar numa onda gigante no meio da floresta amazônica e que tanto havia engolido barcos e embarcadiços. Mas aos poucos ela vem sendo “dominada” e, hoje, a Federação Amapaense de Surf na Pororoca realiza campeonatos anuais trazendo atletas de vários países, como o que ocorreu recente.
Com um novo formato, o campeonato internacional foi distribuído em duas categorias:  maior permanência na onda e maior onda surfada. Não precisa nem falarmos que os brasileiros se deram muito bem nas duas categorias. Stanley Gomes que o diga. Presidente da federação, ele vem organizando expedições para região que não se limitam ao surf. Como o fenômeno ocorre apenas uma vez durante o dia, o restante do tempo é preenchido  com outros esportes radicais. Competições de canoagem, ski aquático, parapente, passeios em Jet ski e, não poderia faltar, o stand-up, nova modalidade de surf, onde o atleta em pé sobre a prancha usa um remo para se locomover.
Mas as aventuras na foz do Araguari não param por ai. Há ainda o safári ecológico – visitas ecologicamente corretas a ninhais de pássaros, verdadeiros santuários ecológicos. O detalhe durante o safári, búfalos mansos são usados nas trilhas para o transporte de pessoas, coisas dos ribeirinhos da região que lidam com o meio ambiente com sabedoria e respeito. O que não acontece com inexperientes playboys filhinhos de papai que chegam em suas lanchas inconsequentes e seus Jet ski’s malditos, impondo risco de morte aos competidores e à própria comunidade.
E para evitar que o turismo desordenado traga prejuízos para a região, tingindo com nódoas de comportamento impróprio para o lugar, a Federação de Surf estará organizando um seminário para discutir o tema e encontrar caminhos sustentáveis para a exploração do turismo ecológico e a prática de esportes radicais. O evento ainda não tem data marcada, mas o organizador, Stanley Gomes, é enfático ao afirmar que pretende reunir setores da sociedade, poder público, associações de pilotos de jet ski, para juntos traçarem metas para o evento. “É preciso discutir com urgência esse assunto. É necessário entender que para a região do Araguari a prática de um turismo com responsabilidade social e respeito ao meio ambiente e a comunidade é fator impar”, opinou Stanley.
A próxima expedição para o surf na pororoca pretende repetir o mesmo sucesso. A equipe sairá de Macapá no dia 17 de abril, próximo ao período de lua cheia e ao fenômeno das “águas grandes”. A viagem até a foz do Rio Araguari, onde ocorrem as maiores ondas da pororoca, já é uma contemplação à exuberância da região. Depois de contornar a “Ponta do Pau Pavado”, no extremo leste do Amapá, navega-se pelo “Furo do Gurijuba”,um canal aberto por búfalos e que hoje permite a navegação, até às comunidades do Araguari. A expedição será novamente feita a bordo do Rei Benedito, que traça a rota da pororoca levando consigo olhares atentos para a beleza natural do lugar.
A expedição será feita em parceria com uma agencia de viagem e vai abrir vagas limitadas ao público

A premiação ficou assim
Categoria maior permanência na pororoca
1º Lugar – Brasil, com o tempo de 23’14’’
2º Lugar – Austrália, com o tempo de 19’30’’
3º Lugar – França, com o tempo de 15’45’’
Categoria maior pororoca surfada
1º Lugar – Nova Zelandia, com onda de 4 metros de altura
2º Lugar – Brasil
3º Lugar – Estados Unidos

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