Ficha Limpa: Gilvam e Marcivânia afirmam que irão cumprir decisão do STF

Após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de derrubar a aplicação da lei da Ficha Limpa para as eleições de 2010, o Congresso Nacional já se esvaziava ontem (24) em clima de “despedida”. Pelo Amapá, o senador Gilvam Borges (PMDB) e a deputada federal, professora Marcivânia (PT) disseram à imprensa que irão acatar a decisão.  
Borges disse que já está "conformado" com a despedida do Senado e vai cumprir a decisão do STF sem questionamentos. “Essa é uma decisão judicial tomada pelo STF. Não tem o que questionar, se cumpre”, afirmou.
Ele deixa o Senado para o retorno de João Capiberibe (PSB/AP). “Já estou limpando as gavetas, tirando os quadros da parede. É um fato consumado, bola pra frente. Nós sabíamos que as dificuldades seriam muitas porque a movimentação política foi intensa", disse.
Emocionada com a despedida do parlamento, a deputada Marcivânia afirmou que é amiga da candidata do PSB, Janete Capiberibe, que deverá assumir a sua vaga na Câmara, e diz apenas aguardar a notificação da Justiça para deixar Brasília.
Chorando, a deputada lembrou a campanha realizada no Amapá, os apoiadores, “o povo que acreditou” nas propostas dela, e disse que voltará a lecionar. “Sou servidora pública, professora, milito na educação há 18 anos e vou voltar para a minha vida normal no estado. Não estou planejando nada para frente. Não estou pensando no meu futuro político. Estou pensando em dar uma descansada, uma avaliada.”
A petista pondera que aprendeu muito durante os dois meses de mandato. “É o meu primeiro mandato, acho que vim muito romântica para cá, e a gente acaba perdendo um pouco disso aqui. A gente vê que as coisas não são como a gente planejava. O PT, meu partido, dividido na questão da ficha limpa, o que me decepcionou, porque é um partido que sempre defendi por lutar pela moral e pela ética. Agora, quanto à decisão da Justiça, não tem o que discutir”, analisa a petista.
De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ao menos nove candidatos que tiveram registro negado pela Justiça Eleitoral poderão tomar posse nos próximos dias, entre eles João e Janete Capiberibe (PSB/AP).
Para tomar posse, os barrados pela lei da ficha-limpa precisam recorrer ao STF. Embora o Supremo tenha aberto repercussão geral da matéria, terá de analisar os recursos que chegaram à Corte. O recurso do casal Capiberibe já se encontra no Supremo.
Procurado pela reportagem, o deputado estadual Paulo José (PR) informou que prefere não se manifestar, já que Ocivaldo Gato (PTdoB), que tomará posse em seu lugar na Assembleia Legislativa, responde a um processo de compra de votos. “Vamos aguardar o julgamento deste processo”, analisou.