Um monitor foi agredido com pauladas, no sábado (2), durante um tumulto
entre adolescentes internos do Centro de Educação Socioeducativo de
Internação (Cesein), localizado no bairro Beirol, Zona Sul de Macapá. O
funcionário tentava conter o ato quando foi atingido, informou um dos
educadores da unidade que pediu para não ser identificado. Segundo ele,
ameaças e agressões aos monitores e educadores do centro são constantes
por parte dos reeducandos.
O monitor ferido foi encaminhado ao Hospital de Emergências (HE) e
liberado após medicação. Ainda no sábado, ele registrou denúncia na
Delegacia de Investigação de Atos Infracionais (Deiai).
A Fundação da Criança e do Adolescente (FCria), responsável pela gestão
de unidades para menores infratores no Amapá, disse que os agressores
foram identificados e uma sindicância foi aberta para apurar as causas
da agressão.
“Ultimamente, nem o Comando de Guarda está entrando no Cesein, porque
os internos estão alegando que os policiais militares entram e batem
neles, entre outras coisas. E, nesses casos são abertas ações contra os
policiais. Aí, eles deixam de entrar no centro para executar
procedimentos, e isso afeta a nós, monitores e educadores, onde ficamos
só nós com eles [internos]. Esse tipo de coisa só fortalece as atitudes
dos jovens”, lamentou o educador.
Entre os problemas levantados pelos funcionários, está a superlotação da
unidade, atualmente com 86 internos, enquanto que a capacidade é para
51. O número de monitores também seria pequeno para conter possíveis
tumultos, que estariam acontecendo de forma permanente, como o que
ocorreu durante a madrugada deste domingo (3), onde seis internos fugiram do local, três haviam sido recapturados até a publicação desta reportagem.
A diretora-presidente da Fcria, Albanize Colares, informou por telefone ao G1
que a capacidade do Cesein não acompanhou a grande quantidade de
infratores que deram entrada no local, mas que medidas para atender às
demandas de adolescentes e funcionários estão sendo planejadas pela
fundação, entre elas, a expansão dos alojamentos e a abertura de
concurso público para o quadro.
“O Cesein foi construído seguindo um padrão nacional de capacidade, e,
ao longo dos anos essa situação foi avolumando. Estamos trabalhando com a
Seinf [Secretaria de Estado da Infraestrutura] dentro do centro para
construção de obras, de acordo com um processo aberto em 2013. Aumentou o
número de adolescentes, e o certo é ter concurso para monitores e
educadores, e já propomos isso ao governo do estado”, falou Albanize.
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