Pages

Empresa parceira

Empresa parceira

segunda-feira, 4 de maio de 2015

Falta de energia elétrica prejudica comércio em distrito de Macapá

Açougueiro José Lima foi obrigado a reutilizar balança manual no Bailique (Foto: John Pacheco/G1) A falta de energia elétrica está prejudicando a população, especialmente os comerciantes, do arquipélago do Bailique, distrito localizado a 180 quilômetros de Macapá. Eles reclamam que a principal comunidade da região, a Vila Progresso, está com o fornecimento de energia irregular há pelo menos um mês. Poucos empresários que têm geradores movidos a combustível conseguem manter a economia na região, concentrada ao longo de 8 ilhas e 48 comunidades na foz do rio Amazonas.
A Companhia de Eletricidade do Amapáx (CEA) informou em nota que está ciente dos problemas de quedas de energia no distrito, e que o grande período sem luz é devido a falta de combustível nos motores termelétricos, que foram mantidos para abastecer o distrito em casos de problemas com a interligação ao SIN.
Sem energia durante todo o dia, vendedores de alimentos, eletrodomésticos e confecções são obrigados a retomar velhos hábitos interioranos, como a iluminação através de velas e armazenamento de alimentos em caixas de isopor. No açougue de José Benedito Lima, de 61 anos, a praticidade da balança eletrônica perdeu para a funcionalidade da antiga balança de precisão manual. Sem eletricidade, ele foi obrigado a reutilizar o equipamento que já havia aposentado.

Comerciante Darcirene Lima é obrigada a descartar alimentos por falta de luz (Foto: John Pacheco/G1) "Quando não tem o dia inteiro, a luz volta somente à noite. Estamos perdendo matéria prima e deixando de vender porque não tem como guardar. Deixo de comprar carne por causa disso. Comprei e mandei trazer para o Bailique quatro freezers e não uso nenhum", lamentou Lima.
Os moradores atribuem a falta de luz à mudança recente da rede elétrica no distrito para o Linhão de Tucuruí, conectado ao Sistema Interligado Nacional (SIN). Os cabos foram colocados em postes no nível das árvores na mata e acabam sendo rompidos com queda de troncos. Antes da ligação, a energia do Bailique era fornecida através de motores termelétricos, com uso de combustível.
“Para mim, esse serviço foi muito mal feito, e essa energia não era para ter vindo para cá desse jeito, em postes, era para ser através de torres, e, desse jeito, as redes passam por dentro do mato. E os motores como são modernos, qualquer galho que cai dá problema”, reclamou o açougueiro.

A geladeira da comerciante Darcirene Vilhena está cada dia mais vazia, e ela lamenta que não seja por causa das muitas vendas, e sim pela falta de energia que a impede de guardar alimentos. Produtos congelados com o risco de estragar estão sendo vendidos com preços bem abaixo da tabela.
População aponta ligação ao SIN como fator das quedas de energia no distrito (Foto: John Pacheco/G1) “Não temos energia, nem podemos comprar nada porque estraga e fica difícil para termos a nossa venda. Parei de trazer para cá os frangos congelados, calabresa, cerveja e refrigerante. Já cheguei a jogar alimentos fora. Procuramos os responsáveis aqui e ninguém fala nada, prefiro que seja abastecido com óleo aqui porque nesse tempo não faltava energia”, sugeriu a comerciante.
Sem luz a população não tem acesso a serviços essenciais, como nas agências bancárias e Correios, que atendem a Vila Progresso, principal comunidade do distrito, além do posto de saúde, que tem atendimentos limitados por causa da inutilização de equipamentos, como os do centro odontológico.


0 comentários:

Postar um comentário