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quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Cúpula favoreceu ONG em fraude, entende MP

Funcionários do ministério presos pela Operação Voucher (VALTER CAMPANATO/ABr)
O Ministério Público Federal no Amapá afirmou que a cúpula do Ministério do Turismo sabia do esquema criminoso montado no Estado. De acordo com a Promotoria, os contratos com o Ibrasi (Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Infraestrutura Sustentável) foram feitos sem critério objetivo, de forma ilegal. Em buscas na sede da ONG, em São Paulo, a Polícia Federal apreendeu R$ 610 mil em dinheiro.

De acordo com um documento da investigação da Procuradoria, o ex-secretário-executivo da pasta, Mario Moysés - um dos 35 presos na operação da PF -, direcionou o convênio para o Ibrasi, embora a falta de qualificação técnica fosse “facilmente perceptível”.

O MPF afirmou ainda que o atual secretário-executivo, Frederico Costa, autorizou o pagamento de R$ 1,3 milhão à entidade com base em nota falsa de prestação de contas. O secretário nacional de Programas e Desenvolvimento do Turismo, Colbert Martins da Silva Filho, liberou R$ 900 mil, diz o documento.

Uma servidora do ministério atuava como “verdadeira funcionária do Ibrasi”. Para o Ministério Público Federal, Kérima Silva Carvalho adulterou documentos da ONG que já haviam sido entregues oficialmente ao ministério. Todos foram presos preventivamente com mais 14 pessoas e levados na noite de quarta-feira a Macapá. Eles podem ser acusados de crimes como formação de quadrilha, peculato e falsidade ideológica. A reportagem não conseguiu falar com os suspeitos ou com seus advogados.

Base aliada
Insatisfeitos com o governo, líderes da base aliada na Câmara dos Deputados ameaçaram parar as votações no plenário da Casa ontem. PMDB, PP, PR, PTB e PSC reclamam principalmente da atitude do governo diante das diversas suspeitas de irregularidades em ministérios. Os líderes veem uma tentativa de mostrar que o governo e o Judiciário são bons, e os políticos, “ruins”. “Não podemos transformar o país em uma delegacia de polícia. Que história é essa?”, questionou o líder do PTB, Jovair Arantes (GO).

Outra reclamação feita pelos deputados é a de que a presidente Dilma Rousseff aparenta estar preocupada apenas com a crise econômica internacional. Mais uma vez, dizem os deputados, não há nenhuma demonstração de vontade política para a liberação de emendas. “Paris e Londres estão a mais de sete mil quilômetros de distância da minha cidade. Os prefeitos daqui também estão preocupados com suas obras”, disse Arantes.

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