Secretário de Justiça e Segurança Pública do Amapá, Marcos Roberto, questiona dados oficiais cedidos pela Deiai, referentes ao aumento da violência entre adolescentes no Estado.
O jornal a Gazeta divulgou na edição deste final semana dados relativos ao aumento da violência entre crianças e adolescentes (28,35%) no Estado. Os números correspondem aos registros da Delegacia Especializada em Atos Infracionais (Deiai), que aponta que em Macapá menores matam ou roubam a cada 36 horas. As estatísticas, embora oficiais, foram contestadas pelo secretário de Justiça e Segurança Pública, Marcos Roberto. Em entrevista ontem a uma rádio local, o gestor lançou a seguinte declaração: “Isso não é uma realidade do nosso Estado”.
Referindo-se aos números exorbitantes de violência entre menores e ainda, às fotos que ilustraram a reportagem (repetidas nesta edição), Roberto demonstrou desconhecimento do grau de criminalidade instalado especialmente na capital amapaense.
Sem conhecer a procedência das imagens de adolescentes e até crianças manuseando armas brancas e de fogo, o secretário contestou a autenticidade das fotografias, e criticou os dados apresentados na matéria, caracterizando-os como “irresponsáveis” e que “não condizem com a realidade”.
Diante da perplexidade e incredulidade de Marcos Roberto, o jornal vem esclarecer que a Deiai informa que em 2011 as ocorrências de agressões, furtos, assaltos, latrocínios e homicídios praticados por adolescentes saltaram de 395 para 507. E ainda, que as imagens em questão condizem com a realidade amapaense. Ao passo que as fotografias foram feitas por moradores da Baixada Pará (Pacoval) e cedidas à reportagem, sob a garantia do anonimato.
Em sua entrevista, Marcos Roberto cogitou a possibilidade de manipulação das imagens divulgadas. “Não sei se usaram uma criança para fazer essas fotos. Pelo porte físico, esses jovens não são daqui”, duvidou, e completou: “Não é comum acontecer esse tipo de coisa aqui. Isso não é uma realidade do nosso Estado”.
O acesso dos adolescentes ao mundo do crime inicia logo cedo. Geralmente abandonam os estudos muito cedo e precocemente começam a consumir álcool e drogas. O comportamento ocioso revela um dado alarmante: a cada 36 horas, em média, ocorre um roubo ou um homicídio praticado por menores de idade. Os maiores percentuais foram observados entre adolescentes de 15 a 17 anos.
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