As unidades hospitalares da capital começam a ser alvo de críticas de populares e de usuários de planos de saúde. O pedido de explicações ocorre um dia após a divulgação que considerou a existência de uma bactéria multirresistente nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) da rede pública e privada. O episódio demonstra a deficiência do Estado em admitir os próprios equívocos e recusar a possibilidade de infecção do microorganismo que complicou o quadro de saúde de três pacientes e de um caso confirmado que veio a óbito.
Na internet, as redes sociais replicaram as incertezas da população quanto a existência de um vírus multirresistente que as autoridades ainda não conseguiram denominar. “Os técnicos da microbiologia o Laboratório Central (Lacen) nos repassam que não existe a presença de bactérias multirresistente. Nós trabalhamos com dados fidedignos e não com achismos”, declarou o coordenador da Vigilância Epidemiológica Estadual, Patrício Almeida em entrevista na última quarta (7). Patrício criticou a divulgação precipitada dos veículos de comunicação sobre o assunto e emendou: “o que nós gostaríamos de deixar bem claro é que não existe a circulação desta bactéria. É bom lembrar que estes microorganismos não têm ‘asas’, elas precisam de meios mecânicos [para se propagar]”, endossou o coordenador.
Em nota divulgada no site do governo do Estado, a Secretaria de Saúde, por meio da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (CVS) descarta a possibilidade de infecção pela bactéria KPC (KlebsiellaPneumoniaeCarbapenemase) e sequer cogita a existência de outro microorganismo que possa ter afetado os pacientes falecidos por diagnósticos ainda desconhecidos. A informação oficial faz questão de salientar: “não há circulação de bactérias multirresistentes nas unidades de saúde do Estado”.
No entanto, a Gazeta, com exclusividade, publicou matéria na edição de sábado (10), provando que Alan Diego Rodrigues da Silva, de 21 anos, foi o primeiro caso confirmado de infecção bacteriana adquirida na UTI do Hospital Alberto Lima. A reportagem mostrou o laudo da médica Sonny Rozeny, que torna evidente – e indubitável – que o Estado é o responsável pelo contágio do paciente na unidade hospitalar. A mãe do rapaz, Lucinéia Rodrigues, está movendo ação na Justiça para reparar os danos causados ao filho.
Faltam especialistas
O sistema público de saúde ainda carece de especialistas que reconheçam e indiquem os tratamentos mais adequados nesses casos. A única infectologista registrada no Conselho Regional de Medicina (CRM-AP) é a Dra. Liliane Mara, que atualmente responde pela função de Coordenadora de Vigilância em Saúde, do governo do Estado. (Stefanny Marques/aGazeta)
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