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sábado, 10 de dezembro de 2011

As passarelas do desperdício

Obra, inacabada, derrubou passarelas que haviam sido construídas há três anos e custaram quase R$ 700 mil; Seed não sabe o custo da reforma, atribuída ao coordenador Emanuel Sávio, exonerado em junho.
Em agosto deste ano, alunos da Escola Estadual General Azevedo Costa, no bairro do Laguinho, denunciaram a superlotação nas salas de aula, os banheiros interditados e a água contaminada da cisterna que abastece o colégio. No primeiro semestre, três alunos haviam sido encaminhados ao pronto-socorro após ingerir a comida preparada com a água imprópria.
Na ocasião, a diretora Rosana Nascimento disse que, na tentativa de reparar os danos, havia enviado 11 ofícios ao coordenador de Rede Física da Seed, Lourival Santana. Ele fez as contas e concluiu que 350 das 416 escolas estaduais careciam de reparos emergenciais, o que corresponde a 84% do total. Nos cálculos de Santana, 158 estabelecimentos precisavam ser reformados ou reconstruídos até 31 de dezembro.
A despeito da gravidade do problema, Santana afirmou que a Seed não possuía dinheiro para investir. "A Seed se transformou no pronto-socorro de escolas. Somente para reformar ou reconstruir as 158 unidades são necessários R$ 150 milhões, mas não temos nenhum real para investimentos", justificou.

Reforma desnecessária
Ainda não há notícia da reconstrução das 158 escolas. Porém, enquanto Lourival Santana ainda brigava com o orçamento, uma reforma desnecessária já estava em curso. Por determinação do então coordenador de Administração da Seed, Emanuel Sávio Flexa de Almeida, passarelas e pisos que interligavam as diversas unidades da secretaria foram destruídos.
As estruturas que Emanuel Sávio mandou derrubar haviam sido construídas em 2008. Segundo o Termo de Verificação e Recebimento da Seinf, as obras de "pavimentação, construção de passarelas cobertas e área interna e construção de abrigo para carros oficiais da Seed" custaram aos cofres públicos R$ 691.902,58.
"Os serviços foram executados em regime de Empreitada Global e devidamente supervisionados pela Fiscalização e recebidos em caráter Definitivo através deste Termo de Recebimento", diz o documento assinado em 20 de outubro de 2008.
Na semana passada, a reportagem de a Gazeta constatou os vestígios da obra parcialmente paralisada: os pisos estão destruídos; as madeiras arrancadas das passarelas, assim como as telhas, estão empilhadas. Parte da madeira foi reutilizada para levantar uma nova passarela, próxima à entrada da Avenida FAB. Nas passarelas parcialmente desmontadas, o piso quebrado serve de estacionamento. 

A Gazeta

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