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quinta-feira, 16 de abril de 2015

Câmara tem sessão tumultuada com professores e prefeitura de Macapá

Professores de Macapá ocuparam a Câmara de Vereadores nesta quinta-feira (16) para pressionar a prefeitura para o cumprimento do reajuste de 13% reivindicado pela categoria. O clima da sessão ficou exaltado com gritarias e vaias de educadores a gestores municipais que utilizavam a tribuna. Vereadores da base e oposição alinharam os discursos e demonstraram apoio às reivindicações dos professores, em greve desde quarta-feira (15). Apesar de os secretários municipais se posicionarem na Câmara, a prefeitura não apresentou proposta, e informou que prefere anunciar os números na mesa de negociação.
Usaram a tribuna da Câmara os secretários de Administração, Carlos Michel Miranda; e de Educação, Antonia Andrade. Ambos foram interrompidos durante as falas pelos professores, e a Mesa Diretora interviu por várias vezes. Um homem chegou a ser convidado a se retirar da galeria pelo comportamento exaltado.
Carlos Miranda foi questionado pelos vereadores sobre a proposta de percentual. Ele afirmou que os técnicos da Administração ainda finalizam os números e disse que a prefeitura trabalha na contenção de gastos desde 2013, com diminuição de 34% em contratos administrativos.

Galerias foram ocupadas por professores de Macapá (Foto: Abinoan Santiago/G1) A secretária Antonia Andrade disse durante a fala que "a prefeitura vai apresentar uma proposta que tenha condições de pagar" para honrar com outros compromissos na Educação. "Valorização não passa somente pela pauta salarial, mas também garantia da merenda e investimentos nas escolas", falou.
Vereadores criticaram os discursos. Washington Picanço (PSB), que faz parte da Comissão de Orçamento e Finanças (COF) da Câmara, disse que a prefeitura tem condições de cumprir com o reajuste de 13% pelo acréscimo de 16% no orçamento de 2015, previsão de aumento da arrecadação e manutenção de repasses do Fundo Nacional de Educação Básica (Fundeb).
O mesmo posicionamento foi do vereador Professor Madeira, do PSOL, mesmo partido que comanda a prefeitura. "Se o MEC [Ministério da Educação] estipulou o percentual, a gestão tem que cumprir", cobrou.

A tribuna também foi usada pelos professores. O vice-presidente da executiva municipal do Sindicato dos Servidores Públicos em Educação do Amapá (Sinsepeap), Ailton Silva, disse que os parlamentares fazem parte do processo que resultou na greve dos educadores. "Tudo que precisa de lei em relação a educação é aprovado aqui", falou.
Greve
Professores da rede de ensino pública municipal de Macapá estão em greve desde quarta-feira (15). O ato acontece em cobrança à reivindicação de 13% de reajuste nos vencimentos, mesmo percentual acrescentado pelo MEC ao piso salarial da categoria. A manifestação foi decidida no sábado (11) em assembleia geral da classe. A prefeitura deixou de apresentar uma proposta no dia anterior alegando "falta de tempo para concluir os estudos".

Professores uniram-se aos manifestantes de outros grupos de trabalhadores em frente a prefeitura de Macapá (Foto: Abinoan Santiago/G1)
A greve dos educadores atinge diretamente o calendário escolar de 2015. A Secretaria de Educação calcula que existam atualmente 35 mil alunos matriculados em 80 escolas nas áreas urbana e rural de Macapá.
O último encontro do Município com os educadores aconteceu na sexta-feira (10). Gestores municipais pediram um prazo maior para apresentar a contraproposta com o estudo de impacto na folha de pagamento, dinheiro disponível  para a Educação e previsão de arrecadação.
Orçamento
Em 2015 o orçamento aprovado pela Câmara Municipal ficou em R$ 744.621.711, o que corresponde a um crescimento de 16,39% em relação ao ano anterior, quando o valor foi de R$ 639.770.421. A Educação teve reservado R$ 201 milhões para arcar com as despesas das 80 escolas e 35 mil alunos matriculados. São gastos mensalmente R$ 11 milhões com folha de pagamento, o que, segundo a prefeitura, ao final de cada ano representa a metade do orçamento da Semed.

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