A Polícia Militar e o Tribunal de Justiça foram acionados para tentar
conter as brigas entre os alunos. Eles chegam a se machucar com facas,
por qualquer coisa, e às vezes também sobra para os professores.
O professor Hélcio Pereira ainda tenta superar o trauma. Ele foi
agredido por um aluno de 14 anos depois que pediu para o rapaz tirar o
boné. O estudante feriu o professor com uma facada nas costas. “Você não
sabe com quem está trabalhando. Eu sou um que vou ficar com receio de
dar as costas para um aluno", desabafa.
Em alguns municípios, as agressões entre alunos viraram caso de
polícia. Em apenas dois meses de aulas, três casos estão sendo
investigados.
Em uma escola em Macapá, um aluno esfaqueou outro por ciúmes da
namorada. Em outra, uma adolescente de 15 anos foi ferida por golpes de
estilete, tudo porque ela teria contado que a agressora fugiu para não
assistir aula. "Foi muito rápida a briga. Ela partiu para cima de mim,
puxou alguma coisa e começou a me furar em sequência", conta a aluna.
Em Santana, município vizinho a Macapá, uma aluna de 14 anos levou
cinco facadas. A agressora é uma ex-aluna do colégio e a polícia ainda
não sabe o real motivo da briga.
A situação no estado é tão preocupante que a Polícia Militar decidiu
revistar as mochilas dos alunos e os pais também se uniram contra a
violência. Um grupo de mães criou uma campanha pela paz e pediu ajuda ao
Tribunal de Justiça do Estado. Além disso, a polícia do Amapá também
está oferecendo palestras educativas em 130 escolas do estado.
"Cada dia que nossos filhos saem de casa para ir à escola é mais um
medo que a gente sofre deles não voltarem mais para casa com vida. Os
pais também não tomam nenhuma providência para saber o que os filhos
fazem na rua", diz a tia de um aluno, que prefere não se identificar.
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