A
questão dos estabelecimentos de lavagem de carros vai muito além do
desperdício abundante de água. Em uma lavagem de carros, além de lama,
retiram-se graxa, gasolina, sabão e óleos oriundos de possíveis
vazamentos ou de restos desses materiais que se aderem ao veículo, ao
longo do tempo de uso.
Em
ruas pavimentadas, a água com esses resíduos químicos escorre
diretamente para as áreas de ressacas, canais, lagos e até mesmo para o
rio, pois o asfalto é impermeabilizante, não permitindo o contato direto
da mesma com o sol
o e, consequentemente, não ocorrendo absorção e
infiltração da água. Já em vias não pavimentadas, logo que os resíduos
chegam ao chão de terra, eles são absorvidos e começam a infiltrar.
O
que chama atenção é um elemento químico proveniente da gasolina que é
altamente cancerígeno, o chumbo. Esse elemento provavelmente pode ser
encontrado nas águas subterrâneas contaminadas da cidade.
O
professor Dr. Geólogo da Universidade Federal do Amapá, Valter Gama de
Avelar, ressalta que “essa água contaminada dos lençóis freáticos chega
às casas da população através dos poços amazonas - poços rasos de 5 ou 6
metros que retiram água da primeira camada do lençol”. Segundo Valter
Avelar, para solucionar o problema, “primeiramente nós temos que ter
coleta seletiva, principalmente dos resíduos sólidos; e rede de esgoto,
para que pelo menos, 50% dessa água seja levado para uma estação de
tratamento”.
Portanto,
como na cidade não tem rede de esgoto e coleta de resíduos sólidos para
toda a população, entende-se que grande parte dos lava-jatos está
poluindo de alguma forma os lençóis freáticos e como também não tem uma
rede de abastecimento de água de qualidade e que chegue para todos, as
pessoas se veem obrigadas a cavar poços em suas residências – muitos
deles são poços amazonas, pois o custo é menor.
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